Os Gregos
surgem, na ante manhã da História (digamos 1500 a. C.), como um daqueles
erradios povos que, acompanhando os campos de pastagens, avançavam pelo sul da
península Balcânica e entravam em conflito e se misturavam com a civilização egeia, que os precedera e de que Gnossos era o marco triunfal.
Nos poemas
Homéricos, essas tribos gregas falam a mesma língua e mantêm-se unidas, embora
frouxamente, pela tradição comum de que aqueles poemas épicos são a expressão
inspirada. As várias tribos tratam-se pelo nome comum de Helenos. Por certo, não
chegaram todos de uma vez, mas em ondas sucessivas, podem distinguir-se três
variações principais da antiga linguagem grega: a jónica, a eólica, e a dórica.
Os Jónicos parecem ter precedido os outros Gregos, misturando-se intimamente
com os povos civilizados que dominaram.
Migrações Helénicas 1000 a 800 A. C. |
As tribos helénicas conquistaram e
destruíram em grande parte a civilização egeia que precedera a sua chegada, e,
sobre as suas cinzas, ergueram uma civilização própria. Penetraram no mar e
cruzaram, pelo caminho das ilhas, para a Ásia Menor; e passando o estreito de
Dardanelos e pelo Bósforo, levaram as suas fundações até às costas do Sul e,
depois, do Norte do Mar Negro. Irradiaram ainda pelo sul da Itália, a Magna
Grécia, e palas costas do Norte do Mediterrâneo. Fundaram a cidade de Marselha,
no local de uma colónia fenícia anterior. Deram inicio a fundações na Sicília,
em competição com os Cartagineses, talvez antes de 735 a. C.
Na retaguarda dos
Gregos propriamente ditos. Vieram os Macedónios e Trácios, povos que lhe eram
afins; e, pela ala esquerda, os Frígios cruzaram o Bósforo e penetraram na Asia
Menor.
Toda essa
difusão de povos Gregos transcorre antes dos começos da história escrita. Pelo século
VII a. C. – isto é, pelo tempo do cativeiro dos Judeus na Babilonia – os limites
do antigo mundo da civilização pré helénica, na Europa, já estavam obliterados.
Tirinto e Gnossos eram locais sem importância; Micenas e Troia sobreviviam na
lenda; as grandes cidades do mundo grego eram Atenas, Esparta (capital da Lacedemónia),
Corinto, Tebas, Samo, Mileto. O mundo a que os nossos avós chamavam a «antiga Grécia»
tinha-se erguido sobre as ruínas esquecidas de uma Grécia ainda mais antiga, em
muitos aspetos tão civilizada e artística como a segunda, e de que apenas hoje
temos conhecimento, graças aos esforços de escavações arqueológicas.
COMBATE NAVAL GRÉCIA PRIMITIVA |
Mas a Grécia
antiga mais nova de que estamos agora a tratar ainda vice fortemente na
imaginação e instituições humanas, porque falam uma língua formosa e
expressiva, semelhante à nossa própria língua, e porque assimilou o alfabeto Mediterrânico
e o aperfeiçoou, com a adição de vogais, de modo a tornar o ler e escrever
artes fáceis de aprender e praticar. Dessa Grécia pois, é que data a difusão da
leitura e escrita e, consequentemente a possibilidade de se fazer a história.
Hoje século XXI a
Grécia vive momentos muito difíceis, que lhe são impostos por meia dúzia de países
da atual Europa. (Países que na época em que ela já lia e escrevia) não
conheciam a escrita nem a leitura, e andavam vestidos com peles de animais.
Tem uma divida
de milhões, que não consegue pagar, e que esses países sedentos de cifrões e
ganancia de poder, não se dão ao trabalho de perdoar. Países cujas dívidas e
horrendos crimes o mundo tenta esquecer e perdoar, (não é fácil esquecer o holocausto
provocado pela Alemanha) em pleno século XX. A sua dívida “material” de guerra
o mundo perdoou “metade”. Entre esse mundo estava a Grécia. Dia 5-7-2015 a
Grécia vive um referendo para o seu povo poder dizer sim ou não à Europa.
FONTE: HISTÓRIA
UNIVERSAL; H. G. WELLS.
VOLUME I
Coimbra, julho de 2015
Carminda Neves
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