domingo, 12 de julho de 2015

CONIMBRIGA

O Ano escolar 2014/2015 das aulas de informática da Universidade Sénior de Coimbra Aposénior, terminou, com um almoço e visita ao museu e ruínas romanas de Conimbriga.
  Correu tudo maravilhosamente bem, durante o almoço, visita e todo o ano escolar. A nossa professora Cátia é a pessoa mais simpática que existe, além de muita competente.
  A turma avançada de informática é uma turma diferente, especial, não é fácil encontrar grupos como este, somos amigos, unidos, um só. E levamos a nossa professora connosco.
  
    As ruínas de Conímbriga ficam perto da vila de Condeixa-a-Nova, entre Coimbra e Lisboa.
   As primeiras escavações arqueológicas sistemáticas em seu sítio começaram em 1899 graças a um subsídio concedido pela rainha D. Amélia. Entre os seus pesquisadores destaca-se Virgílio Correia que, entre 1930 e 1944 (ano em que veio a falecer), escavou sistematicamente toda a área contígua à muralha Leste, colocando a descoberto, extramuros, as termas públicas e três vivendas. Entre estas últimas, destaca-se a chamada Casa dos Repuxos, com uma área de 569 m², pavimentada com mosaicos e com um jardim central onde se conservava todo um sistema de canalizações com mais de 500 repuxos. Na zona interna à muralha as escavações revelaram uma basílica paleocristã e uma luxuosa vivenda com termas privativas.
    As escavações revelaram ainda um fórum augustano, demolido na época dos Flávios, altura em que a cidade recebeu um estatuto municipal, para dar lugar a um novo fórum de maiores dimensões e monumentalidade; e umas termas, também construídas no reinado de Augusto. Entre estes sectores monumentais foi escavada uma zona habitacional, da época Claudiana, constituída por insulas que seria ocupada pela classe média da população ligada ao artesanato. A partir de uma nascente localizada em Alcabideque a água era conduzida até Conímbriga por um aqueduto.
    Em meados do século XX, a partir de 1955 o ritmo das investigações intensificou-se. Os abundantes materiais arqueológicos de toda a espécie, que não era possível conservar no local encontram-se no Museu Monográfico de Conimbriga.
Da via romana que ligava Olisipo a Bracara Augusta ainda hoje é visível um troço bom conservado, feito de lajes calcárias. A largura aproxima-se dos quatro metros e há locais onde são ainda visíveis as marcas dos rodados de carroças.
VIAS ROMANAS
A via romana de Bracara Augusta a Olisipo estabeleceu a rota definitiva entre as duas cidades que subsiste até hoje, sobrepondo-se sucessivamente a Estrada Real, a Estrada Nacional EN1 e a Autoestrada A1. Estas seguem paralelas ou mesmo coincidentes em alguns pontos até Conimbriga, mas a partir daqui a via segue para Seilium, a atual cidade de Tomar, enquanto a EN1 e A1 seguem mais a poente, por um outro trajeto também romano que ligava Conimbriga às civitates de Collippo na região de Leiria e Eburobrittium junto a Óbidos. O troço de Braga ao Porto está bem documentado por inúmeros miliários (com pelo menos 25 referências), mas a partir do Porto os vestígios começam a escassear. (vide os 8 miliários da série do Padre Martins Capela referentes a via, um dos quais encontrado na Trofa Velha indicando 21 milhas a Braga, hoje junto da Ponte de Sedões) No troço entre Porto e Coimbra sobreviveram apenas 4 miliários, o miliário de Úl, hoje deslocado para o centro de Oliveira de Azeméis, o miliário de Adães, hoje depositado na Casa Paroquial de Ul, o miliário da Vimieira, hoje no átrio da C.M. da Mealhada e o miliário do Arco da Traição em Coimbra que está hoje no Museu Machado de Castro, Há um itinerário ( into) que tenta fixar no mapa de Portugal os pontos de passagem das vias romanas, de modo a criar rotas de viagem. Para além da evidência arqueológica, existe uma cópia medieval do Itinerário de Antonino ou Itinerarium Antonini Augusti, originalmente escrito no séc. III, indicando as estações de paragem ao longo da via, designadas por mansiones, e as respetivas distâncias expressas em milhas. Nesta página são apresentadas propostas de traçado para os 11 itinerários respeitantes ao atual território nacional, bem como para os muitos outros itinerários da extensa rede viária romana que cobre a totalidade do território Português. Para a conversão da milha romana em quilómetros, convencionou-se que uma milha equivale a 1481,5 m. Os itinerários aqui descritos estão em constante evolução à medida que novos vestígios são descobertos e novos estudos publicados.

TROÇOS DISPERSOS – CENTRO - DESDE CONIMBRIGA PARA:

Alvares, Gois (Minas Romanas da Escádea Grande em Roda Cimeira e de Covas dos Ladrões no Alto das Cabeçadas) Minas de Gois, Lousã e Arganil Cadafaz, Gois (troço de calçada na Estrada do Pépio e do Sal e na Estrada das Malhadas, ambas nas cumeadas da Serra de Entre Capelos e Serra das Malhadas) Serpins, Lousã (vestígios dos pilares da antiga Ponte Medieval sobre o rio Ceira junto ao Cabeço da Igreja) Várzea Grande, Vila Nova do Ceira (calçada de acesso às minas de ouro da região) S. Miguel da Cortiça Secarias, Arganil.

AS DIMENSÕES E PESOS ROMANOS

Inicialmente a duração medida pé foi dividido em doze partes. Mais tarde, por influência grega, as unidades (persistindo apenas a superfície) e ao pé romano era 24/25 partes da Grécia foram alterados, foi amarrado a esta. O pé permaneceu dividida em doze partes, mas também introduziu a divisão em quatro partes ( palmus ) e dezesseis pés ( Digitus ).
Roman pé
Milha romana
 m.p. milia passum, mil passos, milha romana. - milia, aproximadamente 1480 m (bastante variável). - stadia, estádio, aproximadamente 184.7 m (usada em navegação).

RUINAS
 O Sítio de Conímbriga, que teria sido habitado desde o Neolítico, tem presença humana segura no Calcolítico e na Idade do Bronze, épocas originárias dos testemunhos mais antigos que até nós chegaram. É certo que os Celtas aqui estiveram: os topónimos terminados em “briga” são testemunho claro dessa presença. Conímbriga era portanto um castro quando os Romanos em 138 a.C. aqui chegaram e se apoderaram do oppidum.
     Porquanto tivesse sido habitada desde tempos muito recuados, a fundação de Conímbriga e da maioria das construções nela erigidas remonta ao tempo do Imperador Augusto (sécs I a.C. — I d.C.).
As escavações arqueológicas puseram a descoberto uma parte muito significativa do traçado desta cidade possibilitando, ao visitante das Ruínas, a comprovação de uma planificação urbanística laboriosa e atenta a todas as necessidades: o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, indústria e habitação, uma estalagem, várias termas, o anfiteatro, as muralhas para circunscrição e defesa da cidade. Deste conjunto, sobressai um bairro de ricas casas senhoriais — que se opõe diametralmente às insulae da plebe, pela complexidade da sua construção e requinte decorativo — donde se destaca “A Casa dos Repuxos”, de grande peristilo ajardinado e pavimentada com mosaicos policromos, preservados in situ, exibindo motivos mitológicos, geométricos, ou representando, muito simplesmente, o real quotidiano.
Quando os Romanos chegaram, na segunda metade do séc. I a.C., Conimbriga era um povoado florescente. Graças à paz estabelecida na Lusitânia operou-se uma rápida romanização da população indígena e Conimbriga tornou-se uma próspera cidade. Seguindo a profunda crise política e administrativa do Império, Conimbriga sofreu as consequências das invasões bárbaras. Em 465 e em 468 os Suevos capturaram e saquearam parcialmente a cidade, levando a que, paulatinamente, esta fosse abandonada.
MUSEU
Criado em 1962, o Museu de Conimbriga é exclusivamente dedicado ao sítio arqueológico em que está inserido. A sua coleção é diversificada e materializa a evolução histórica do lugar, entre finais do segundo milénio antes de Cristo e o séc. VI da era cristã. Os objetos expostos no museu de Conimbriga foram encontrados durante as escavações que, com grandes interrupções, se realizaram desde 1898 e, distribuídos por trinta e um temas distintos, ilustram a vitalidade desta cidade. Os aspetos especificamente romanos desta cultura composta podem ser notados numa grande variedade de objetos usados na vida diária, tais como peças de cerâmica de vários tipos, seja para fins domésticos ou artísticos: vidro, objetos metálicos, mosaicos, moedas etc.
As ruinas de Conimbriga e o seu museu são ricas na existência de mosaicos, uns coloridos, outros a preto e branco. Um mosaico na sua génese é uma obra composta por pedacinhos de pedra, barro ou vidro de várias cores. “Tesselas”, Também se pode encontrar composições com madeira. Os mosaicos romanos são inspirados em tapetes e pinturas e têm grande vantagem em relação a estes, pela sua durabilidade. Os trabalhos de mosaico são realizados sobre grandes superfícies planas: Como paredes, chãos e tecos, mas também existem trabalhos adaptados a pequenos objetos e pequenos painéis. Explicação de tessela: Tessela, téssera (do latim tessĕra,ae ou tessella,ae, calcado no grego τέσσαρες, transl. téssares, 'quatro' ) é uma peça, geralmente quadrangular ou cúbica usada no revestimento de pavimentos, mosaicos ou marchetaria. Geralmente a palavra é usada como sinónimo de abáculo. (mesa pequena) Em outros contextos, tessela pode designar pedras quadradas usadas para construir o pavimento de compartimentos de edifícios

AS CORES
O primeiro povo a pintar com grande variedade de cores foram os egípcios. Inicialmente, fabricavam as tintas a partir de materiais encontrados na terra de seu próprio país e das regiões próximas. Somente entre 8.000 a 5.800 a. C. é que surgiram os primeiros pigmentos sintéticos. Para obterem cores adicionais, os egípcios importavam anileira e garança da Índia. Com a anileira, podia-se obter um azul profundo e, com a garança, nuances de vermelho, violeta e marrom. Os egípcios também aprenderam a fabricar brochas brutas, com as quais aplicavam a tinta.
Os romanos aprenderam a técnica de fabricar tinta com os egípcios. Exemplares de tintas e pinturas romanas podem ser vistos nas ruínas de Pompeia. Usavam pigmentos naturais ex: o azul ultramarino, o cinábrio, a azurite e a malaquite, a terra verde e os ocres. O azul ultramarino (obtido do precioso lápis-lazúli) e o cinábrio (sulfureto de mercúrio, de cor vermelha) foram considerados materiais de luxo. Por volta do século V a. C., os romanos utilizaram pela primeira vez na história o alvaiade como pigmento. Após a queda do Império Romano, a arte de fabricar tintas perdeu-se, sendo retomada pelos ingleses somente no final da Idade Média.

SIGNIFICADO DE ALGUMAS PALAVRAS EM PORTUGUÊS
Acus crinalis = Alfinete com que as mulheres romanas prendiam os cabelos.
Anfiteatro = Edifício de planta elíptica onde se efetuavam combates de gladiadores e de animais ferozes e outros jogos públicos.
Apodyterium = Sala das termas, próxima da entrada (normalmente a primeira sala) que servia de vestiário.
Baixo-Império = Período da história romana que tradicionalmente se inicia em 192 d.C. com o assassinato de Cómodo e que se caracteriza por uma forte instabilidade política e económica, que conduzirá ao fim da civilização romana.
Caldarium = Sala aquecida das termas destinada ao banho quente.
Domus = Casa particular ocupada por um único proprietário e sua família
Frigidarium = Compartimento frio dos balneários. Inclui frequentemente a natatio.
Insula, ae = Edifício de vários andares para habitação constituindo, um quarteirão.
Libra = Unidade de peso do sistema duodecimal, equivalente a 323,258 gr ou 327,45 gr: significa também balança de origem grega (talentum).
Lucerna, ae = Candeia de azeite.
Ludus latrunculorum = Jogo de soldados lembrando vagamente o jogo das damas.
Oecus triclinium = Sala de jantar aberta sobre o peristilo.
Oppidum = Cidade ou lugar fortificado.
Palestra (palaestra) = em sentido lato significa ginásio; em sentido restrito, é a parte do ginásio consagrada ao ensino de exercícios físicos.
Peristilo = Colunata que circunda um pátio interior.
Quaterniones = Folhas de papiro dobradas em duas partes reunidas em cadernos de quatro folhas.
Taberna, ae = Loja ou armazém.
Triclinium = Sala de jantar com um dos topos ocupado por três leitos dispostos em redor da mesa.
Villa, ae = Expressão que engloba a villa rustica (casa de campo) e a villa suburbana (moradia situada na periferia das cidades).

 FONTES: Meus apontamentos de História (Dr. José Hermano Saraiva)
                 http://wwwo.metalica.com.br/historia-da-tinta
                 http://www.conimbriga.pt/portugues/ruinas.html
                 http://viasromanas.planetaclix.pt/
                 Power poit de Carminda Neves 
                Filme de Carminda Neves

             Coimbra,julho de 2015
             Carminda Neves 


   













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