sábado, 18 de julho de 2015

Exílio # Emigração?





A palavra exílio adquiriu diferentes conotações ao longo do tempo, tendo sido muito utilizada tanto na história quanto na literatura. Originalmente significa banimento, e vem do latim exilium (desterro, degredo), ou seja, é a condição de estar longe da própria casa, cidade, nação, etc. Pode também ser considerado a expatriação de uma pessoa, seja ela voluntária ou não.
Sentidos que a palavra adquiriu ao longo do tempo:

1. Exílio Romano

Na Roma antiga, a pena do exílio era considerada pior do que a pena de morte. Para eles, estar exilado era como ser considerado um animal, pois neste caso eles não podiam usar água ou fogo para preparar os alimentos, nem entrar em uma casa se esta não fosse feita por suas próprias mãos.

2. Auto-exílio ou Exílio Voluntário

Este provavelmente é o caso em que o exílio é considerado um refúgio. Em casos específicos de perseguição, ameaças, etc., alguns indivíduos procuram exílio por vontade própria, provavelmente em outros países, antes que algum fato legal ou jurídico impeça a sua saída do país de origem. Ex: O Exilio de Humberto Delgado no Brasil em 1959 constitui um momento único na história política de Portugal Contemporâneo. É a queda dos mitos, criados ao longo dos anos, por Salazar e seus apaniguados, quer a nível interno, quer externo. As eleições presidenciais de 1958 constituem para Humberto Delgado um drama pessoal e político, com múltiplos reflexos. O seu exílio político vai centrar-se numa dimensão humana com novas vivências políticas das vítimas da repressão do Estado Novo.

3. Exílio ou Cativeiro Babilónico

O Cativeiro Babilônico, também chamado de Exílio ou Cativeiro na Babilônia, foi a deportação em massa e exílio do povo judeu de Judá para a Babilônia. A primeira deportação ocorreu em 598 a.C., quando Jerusalém foi sitiada, o Rei de Judá se rendeu, e o Templo foi saqueado. Nesta ocasião, o Rei juntamente com os militares e grande parte da nobreza foram levados para o Exílio na Babilônia. A segunda deportação aconteceu onze anos depois, por ocasião de uma revolta no Reino de Judá e a destruição de Jerusalém e do Templo. O término do Cativeiro na Babilônia deu-se quando Ciro II assumiu o reinado, em 538 a.C., autorizando os judeus exilados a regressarem à terra de Judá, e até mesmo a Jerusalém, para reconstruir o Templo.
 
Rainha Ester

Ester, nasceu no cativeiro, junto com o povo judeu. Sendo assim cresceu aprendendo a história da redenção e as promessas de restauração além da vergonhosa verdade acerca de porque eles viviam ali. (O Reino da Babilónia tinha levado à destruição do reino de Judá).
    Uma das coisas mais interessantes sobre a vida de Ester é como a providência divina utiliza uma simples rapariga na libertação do todo seu povo. Nem ela, nem sua família nunca imaginaram que ela seria tão importante nos planos de Deus.
 O primeiro-ministro Hamã odiava de todo o povo judeu; incitou o povo a participar no assassinato dos judeus e na pilhagem de seus bens. Mordecai, (Judeu, escrivão do rei Xerxes e tio de Ester (foi ele que a criou, ela ficou órfã de tenra idade)  percebeu os planos perversos de Hamã e decidiu falar com sua sobrinha, (Ester) a única judia que estava em posição de chegar aos ouvidos do Rei, (era a rainha). Ele pediu que Ester fizesse algo perigoso: aparecer diante do rei sem ser convidada e interceder em favor dos judeus. Seu povo, que tinha recebido tudo das mãos de seu Deus, que fora escravo por séculos no Egito até que Deus os libertara e que fora tão teimoso em não ouvir a voz dos profetas e agora sobraria para ela remediar a situação? Deus moveu o coração do rei e por amor a ela seu povo é poupado.

4. Exílio Político

O exílio (do latim exilium banimento, degredo) é o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras, banimento, desterro ou degredo. Alguns autores utilizam o termo exilado no sentido de refugiado.
Além de pessoas em exílio há governos em exílio, como o do Tibete ou nações em exílio, como foi o caso da Arménia de 1078 a 1375, que depois da invasão de seu território por tribos seljúcidas, exilou-se na Cilícia, formando um novo reino.
  Em muito países oprimidos, os opositores ao regime são presos em prisões ou locais de tortura, onde permanecem em péssimas condições e são torturados, só pelo facto de não concordarem com o regime.
  O exílio em Portugal antes do 25 de abril de 1974. Muitos portugueses foram obrigados ao exílio para não serem presos ou por recusarem ir combater na injusta guerra colonial. Nos países de exílio, continuaram a sua luta contra a ditadura.

Apesar de por vezes as definições serem permeáveis, a emigração e a imigração, dizem os Historiadores, não devem ser confundidas com "exílio" palavra igual a fenómenos de migração involuntária, como expatriações forçadas e limpezas étnicas, que me parece que é o que acontece com a emigração (ninguém sai do seu país por festa)

A emigração é o ato e o fenómeno espontâneo de deixar o seu local de residência para se estabelecer numa outra região ou nação. Trata-se do mesmo fenómeno da imigração mas visto da perspectiva do lugar de origem. A emigração é a saída de nosso País. Convenciona-se chamar os movimentos humanos anteriores ao advento dos Estados nacionais e, consequentemente, do surgimento das fronteiras de migração. O termo emigração também é usualmente usado para designar os fluxos de população dentro de um mesmo País.

As razões que levam uma pessoa ou grupo a emigrar são muitas, como as condições políticas desfavoráveis, a precária situação económica, perseguições religiosas ou guerras. Há outras razões de cunho individual, como a mudança para o País do cônjuge estrangeiro após o casamento ou ir para um país de clima mais ameno após a aposentadoria.

As emigrações tiveram um profundo impacto no mundo dos séculos XIX e XX, quando milhões de famílias deixaram a Europa e o Oriente Médio para procurar uma nova vida em países como os Estados Unidos da América, o Canadá, o Brasil, a Argentina ou a Austrália.

Desde o século XVI que em Portugal se escrevem magnificas obras literárias onde a emigração constituiu um dos seus temas centrais. Lendo a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto, "A Selva" ou "Emigrantes" de Ferreira de Castro, para já não falar de "Gente Feliz com Lágrimas" de João de Melo, podemos verificar que as grandes questões que hoje são debatidas sobre a imigração actual são aí dissecadas: solidão, escravatura, desagregação familiar, exclusão social, xenofobia, racismo, aculturação, etc
CANÇÃO DO EXÍLIO

“A canção do exílio foi um choro.
E o naufrágio dos planos me deixou caído no chão.
Mas pude uma porta encontrar.
Alguém pra me consolar.
Jesus foi tudo em minha vida,
Tornou-se o tema das minhas canções.
Eu preciso de Deus, eu preciso de Deus.
Eu preciso de Deus a todo instante.
Sinto a necessidade de louvar-te.
Pois meus olhos se alegram em teus feitos meu Senhor.
No passarinho a cantar.
Nas aves sempre a voar.
Eu vejo tua ciência, que mostra a grandeza que vem das tuas mãos.”

(Marcos António)
Trova do vento que passa. Intérprete: Adriano Correia de Oliveira
                                                Música: Manuel Alegre - António Portugal
Fotografias: tiradas da internet Poema: Manuel Alegre
  PowerPoint: Carminda neves

Coimbra, julho de 2015
Carminda Neves



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