A
palavra exílio adquiriu diferentes conotações ao longo do tempo, tendo sido
muito utilizada tanto na história quanto na literatura. Originalmente significa
banimento, e vem do latim exilium (desterro, degredo), ou seja, é a condição de
estar longe da própria casa, cidade, nação, etc. Pode também ser considerado a
expatriação de uma pessoa, seja ela voluntária ou não.
Sentidos
que a palavra adquiriu ao longo do tempo:
1. Exílio
Romano
Na
Roma antiga, a pena do exílio era considerada pior do que a pena de morte. Para
eles, estar exilado era como ser considerado um animal, pois neste caso eles
não podiam usar água ou fogo para preparar os alimentos, nem entrar em uma casa
se esta não fosse feita por suas próprias mãos.
2.
Auto-exílio ou Exílio Voluntário
Este
provavelmente é o caso em que o exílio é considerado um refúgio. Em casos
específicos de perseguição, ameaças, etc., alguns indivíduos procuram exílio
por vontade própria, provavelmente em outros países, antes que algum fato legal
ou jurídico impeça a sua saída do país de origem. Ex: O Exilio de Humberto
Delgado no Brasil em 1959 constitui um momento único na história política de
Portugal Contemporâneo. É a queda dos mitos, criados ao longo dos anos, por
Salazar e seus apaniguados, quer a nível interno, quer externo. As eleições
presidenciais de 1958 constituem para Humberto Delgado um drama pessoal e
político, com múltiplos reflexos. O seu exílio político vai centrar-se numa
dimensão humana com novas vivências políticas das vítimas da repressão do
Estado Novo.
3. Exílio ou
Cativeiro Babilónico
O
Cativeiro Babilônico, também chamado de Exílio ou Cativeiro na Babilônia, foi a
deportação em massa e exílio do povo judeu de Judá para a Babilônia. A primeira
deportação ocorreu em 598 a.C., quando Jerusalém foi sitiada, o Rei de Judá se
rendeu, e o Templo foi saqueado. Nesta ocasião, o Rei juntamente com os
militares e grande parte da nobreza foram levados para o Exílio na Babilônia. A
segunda deportação aconteceu onze anos depois, por ocasião de uma revolta no
Reino de Judá e a destruição de Jerusalém e do Templo. O término do Cativeiro
na Babilônia deu-se quando Ciro II assumiu o reinado, em 538 a.C., autorizando
os judeus exilados a regressarem à terra de Judá, e até mesmo a Jerusalém, para
reconstruir o Templo.
Rainha Ester
Ester,
nasceu no cativeiro, junto com o povo judeu. Sendo assim cresceu aprendendo a
história da redenção e as promessas de restauração além da vergonhosa verdade
acerca de porque eles viviam ali. (O Reino da Babilónia tinha levado à
destruição do reino de Judá).
Uma das coisas mais interessantes sobre a
vida de Ester é como a providência divina utiliza uma simples rapariga na
libertação do todo seu povo. Nem ela, nem sua família nunca imaginaram que ela
seria tão importante nos planos de Deus.
O primeiro-ministro Hamã odiava de todo o povo
judeu; incitou o povo a participar no assassinato dos judeus e na pilhagem de
seus bens. Mordecai, (Judeu, escrivão do rei Xerxes e tio de Ester (foi ele que a criou, ela ficou órfã de tenra idade) percebeu os planos
perversos de Hamã e decidiu falar com sua sobrinha, (Ester) a única judia que
estava em posição de chegar aos ouvidos do Rei, (era a rainha). Ele pediu que Ester fizesse algo perigoso: aparecer diante do rei sem
ser convidada e interceder em favor dos judeus. Seu povo, que tinha recebido tudo das mãos de seu Deus, que fora
escravo por séculos no Egito até que Deus os libertara e que fora tão teimoso
em não ouvir a voz dos profetas e agora sobraria para ela remediar a situação?
Deus moveu o coração do rei e por amor a ela seu povo é poupado.
4. Exílio
Político
O
exílio (do latim exilium banimento, degredo) é o estado de estar longe da
própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação,
voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras,
banimento, desterro ou degredo. Alguns autores utilizam o termo exilado no
sentido de refugiado.
Além
de pessoas em exílio há governos em exílio, como o do Tibete ou nações em
exílio, como foi o caso da Arménia de 1078 a 1375, que depois da invasão de seu
território por tribos seljúcidas, exilou-se na Cilícia, formando um novo reino.
Em muito países oprimidos, os opositores ao
regime são presos em prisões ou locais de tortura, onde permanecem em péssimas
condições e são torturados, só pelo facto de não concordarem com o regime.
O exílio em Portugal antes do 25 de abril de
1974. Muitos portugueses foram
obrigados ao exílio para não serem presos ou por recusarem ir combater na
injusta guerra colonial. Nos países de exílio, continuaram a sua luta contra a
ditadura.
Apesar de por vezes as definições serem permeáveis, a emigração e a imigração, dizem os Historiadores, não devem ser confundidas com "exílio" palavra igual a fenómenos de migração involuntária, como expatriações forçadas e limpezas étnicas, que me parece que é o que acontece com a emigração (ninguém sai do seu país por festa)
Apesar de por vezes as definições serem permeáveis, a emigração e a imigração, dizem os Historiadores, não devem ser confundidas com "exílio" palavra igual a fenómenos de migração involuntária, como expatriações forçadas e limpezas étnicas, que me parece que é o que acontece com a emigração (ninguém sai do seu país por festa)
A emigração é o ato e o fenómeno espontâneo de deixar o seu
local de residência para se estabelecer numa outra região ou nação. Trata-se do
mesmo fenómeno da imigração mas visto da perspectiva do lugar de origem. A
emigração é a saída de nosso País. Convenciona-se chamar os movimentos humanos
anteriores ao advento dos Estados nacionais e, consequentemente, do surgimento
das fronteiras de migração. O termo emigração também é usualmente usado para
designar os fluxos de população dentro de um mesmo País.
As razões que levam uma pessoa ou grupo a emigrar são
muitas, como as condições políticas desfavoráveis, a precária situação
económica, perseguições religiosas ou guerras. Há outras razões de cunho
individual, como a mudança para o País do cônjuge estrangeiro após o casamento
ou ir para um país de clima mais ameno após a aposentadoria.
As emigrações tiveram um profundo impacto no mundo dos
séculos XIX e XX, quando milhões de famílias deixaram a Europa e o Oriente
Médio para procurar uma nova vida em países como os Estados Unidos da América,
o Canadá, o Brasil, a Argentina ou a Austrália.
Desde o século XVI que em Portugal se escrevem magnificas
obras literárias onde a emigração constituiu um dos seus temas centrais. Lendo
a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto, "A Selva" ou
"Emigrantes" de Ferreira de Castro, para já não falar de "Gente
Feliz com Lágrimas" de João de Melo, podemos verificar que as grandes
questões que hoje são debatidas sobre a imigração actual são aí dissecadas:
solidão, escravatura, desagregação familiar, exclusão social, xenofobia,
racismo, aculturação, etc
CANÇÃO DO
EXÍLIO
“A
canção do exílio foi um choro.
E
o naufrágio dos planos me deixou caído no chão.
Mas
pude uma porta encontrar.
Alguém
pra me consolar.
Jesus
foi tudo em minha vida,
Tornou-se
o tema das minhas canções.
Eu
preciso de Deus, eu preciso de Deus.
Eu
preciso de Deus a todo instante.
Sinto
a necessidade de louvar-te.
Pois
meus olhos se alegram em teus feitos meu Senhor.
No
passarinho a cantar.
Nas
aves sempre a voar.
Eu
vejo tua ciência, que mostra a grandeza que vem das tuas mãos.”
(Marcos
António)
Trova
do vento que passa. Intérprete: Adriano Correia de Oliveira
Música: Manuel Alegre - António Portugal
Fotografias:
tiradas da internet Poema: Manuel Alegre
PowerPoint: Carminda neves
Coimbra,
julho de 2015
Carminda
Neves
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