segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VIDA E CLIMA

Até onde ia a linha da praia provavelmente ia a vida. E a vida ia e vinha com a água, que era a sua casa, o seu meio, a sua necessidade fundamental.


Répteis primitivos (paleozóico final)
   Os começos da vida, as gelatinas viscosas e vivas dos primeiros tempos, deveriam perecer assim que lançados fora de água.
   Nenhum ser vivo pode respirar, pode digerir os seus alimentos sem água. Falamos de respirar o ar, porém, o que todos os seres vivos realmente fazem é respirar oxigénio dissolvido na água. O ar que nós respiramos tem de ser primeiro dissolvido na humidade, dentro dos pulmões; e todos os nossos alimentos têm de ser liquefeitos, antes de serem assimilados. Os seres que vivem na água agitam guelras inteiramente expostas, por meio das quais respiram e extraem da água o ar nela dissolvido. Mas, um ser que tenha de ficar por qualquer tempo exposto fora de água, precisa de conservar, protegidos contra a secagem, o seu corpo e o aparelho respiratório. Antes que as algas marinhas do primeiro período paleozóico pudessem sobreviver fora dos mares, nos limites deixados nas praias pelas marés, precisaram desenvolver uma película mais resistente que lhes conservasse a humidade. E quando afinal ascendemos no período paleozóico, surgem os peixes, os primeiros de todos os animais vertebrados, já vamos encontrar certo número deles dotados com revestimentos especiais para a protecção das guelras e com uma espécie da pulmão primitivo, a bexiga natatória, a fim de poder correr os riscos os riscos de um encalhe temporário em seco.
     Além disto, as plantas que se iam adaptando a viver nos espaços descobertos das marés baixas, deparavam-se com regiões bem mais cheias de luz; e luz é o que há de mais necessário e precioso para as plantas. Qualquer desenvolvimento de estrutura que as enrijecesse e conservasse em contacto com a luz, mantendo-as altas e erguidas e não moles e flácidas, no regresso das águas, seria de enorme vantagem.
Na classificação das plantas, as primeiras divisões marcam fases de libertação da vida vegetal relativamente à necessidade de submersão, libertação conseguida pelo desenvolvimento de suporte lenhoso e de modos de reprodução cada vez mais capazes de lutar contra a secura.

Floresta e pantanosa (paleozóico)
    As plantas “inferiores” continuam prisioneiras da água. Os musgos precisam de viver em lugares húmidos, e os esporos dos fetos exigem, em certas fases, extrema humidade.
    As plantas “superiores”levaram a sua independência da água a tal ponto, que podem viver e reproduzir-se desde que haja humidade no solo em que aprofundam as suas raízes. Resolveram o problema de viver completamente fora da água.Depois das plantas vieram os animais.
    Não há nenhuma espécie de animal terrestre no mundo, como não há nenhuma qualidade de planta terrestre, cuja estrutura não seja essencialmente a de alguma espécie aquática que se tenha adaptado, por meio de modificações e diferenciações, à vida fora de água.
   Os anfíbios (rãs, salamandras, tritões, etc.) ainda mostram nas suas vidas as diferentes fases desse processo de emancipação.
   A vida terrestre na primeira idade paleozóica resumia-se na vida de uma floresta de fetos sempre verde, onde faltavam as flores, as aves, e os ruídos da vida actual.
Se um homem pudesse transportar-se até aquelas verdejantes lagunas, sentir-se-ia provavelmente, terrificado pelo silêncio. Nada se ouviria senão o correr da água, o ruído do vento nas folhas ou o tombar de alguma árvore. Tudo pareceria mudo e expectante. As árvores e plantas mais pareceriam musgos gigantes do que árvores ou plantas do seu conhecimento. Nenhum grande animal terrestre; os anfíbios rastejantes e os répteis primitivos eram ainda as maiores criaturas que a vida ali havia produzido. Nenhum deles atingira, verdadeiramente, grandes dimensões. E toda a terra distante ou muito acima da água estaria ainda vazia, estéril e morta. Mas, vigorosamente, geração atrás de geração, a vida ia-se arrastando, dos pauis e dos charcos onde surgira para fora, para a terra….



Globo Terrestre
Fonte: THE OUTLINE OF HISTORY;
            WELLS,Herbert George
Coimbra, Agosto de 2011
Carminda Neves






1 comentário:

  1. A evolução dos Seres vivos deu se muito lentamente.O homem é um Ser tão perfeito, que tem que haver UM SER CRIADOR.
    BJ
    FILOMENA

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