Provérbios, Ditos e Ditados portugueses, que só de uma assentada me vieram à
memória. Tenho pena de o meu Pai já não existir para me fazer recordar mais.
Obrigada, meu Pai, por ter existido, e ser tão brincalhão. Ainda, alguns deles
foram-me contados por D. Graça Palla
Dar sem olhar a quem
Cão que ladra não more
Quem nasce torto tarde ou nunca se
endireita
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meu pai quando cumpria o serviço militar |
Lua nona trovejada trinta dias é
molhada
Geada na lama chuva na cama
Em abril águas mil
Josezinho viu um ninho, e quedou-se a
meditar. Foi-se ao ninho Josezinho, tratou logo de o levar. Josezinho! Que,
esse ninho, é um berço de embalar
Guarda o que não presta, terás o que
te é preciso
Mentiroso, mente uma vez mente
sempre, nem que fale verdade, todos lhe dizem que mente
Filho és pai serás, conforme fizeres,
assim acharás
Burro velho, vale mais matá-lo, do que
ensiná-lo
As chocalheiras da rua fizeram um
baixo assinado, uma diz, outra confirma, Deus me livre de tal gado
Quem é inteligente, não se envaideça
de o ser, porque se o é, é-o sem querer
À meia-noite se levanta o francês,
não sabe das horas, não sabe do mês, tem esporas e não é cavaleiro. Tem serra e
não é carpinteiro
Lá em cima está o tiroliro liro, lá
em baixo está o tiroliro ló, sentaram-se os dois à esquina a tocar a concertina
a dançar o solidó
Corpo doente dura para sempre
A barriga não tem fiador
Da discussão nasce a luz
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Carminda neves e D. Graça Palla |
A culpa morreu solteira
Velhos são os trapos
A galinha da vizinha é sempre melhor
que a minha
A noite é boa conselheira
Deus dá nozes a quem não tem dentes
A ocasião faz o ladrão
Laranja, de manhã é ouro, à tarde é
prata, à noite mata
A necessidade aguça o engenho
Dai a César o que é de César, a Deus
o que é de Deus
A ociosidade é a mãe de todos os
vícios
Razão e verdade fogem quando ouvem disputas
Hora a hora Deus melhora
A preguiça morreu à borda da água com
a sede
Vaidade, é o espelho dos tolos
Oh senhora, tu não vás, à meia-noite
à cozinha, está o abano repimpado a namorar
a vassourinha – querida vassoura quando serás minha – sou sempre tua, estou
sempre na cozinha
- Varre querida vassourinha
- Abana, abano, não sejas maçador
O casamento e a mortalha no Céu se
talham
Água mole em pedra dura, tanto dá até
que fura
Quando, mija um português, mijam logo
dois ou três
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MÃOS D. Graça e Carminda |
Amigos, amigos, negócios à parte
Vozes de burro, não chegam ao Céu
Amor com amor se paga
De noite todos os gatos são pardos
Quando um burro zurra, os outros
baixam as orelhas
Antes quero Asno que me leve, que Cavalo
que me derrube
Ao menino e ao borracho põe Deus a
mão por baixo
Mais depressa se apanha um mentiroso
que um coxo
As moscas apanham-se com mel, não com
vinagre
Cadelas apressadas parem os filhos cegos
Roma e Pavia não se fizeram num dia
Ri melhor, o que ri por último
Margarida, a tua vida, não a contes a
ninguém, uma amiga tem amigas, outra, amiga, amigas tem.
Quando a esmola é muita, o santo
desconfia
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cores de Coimbra |
Atrás de mim virá quem bom me fará
Vaso ruim não quebra
O que é barato sai caro
Até ao lavar dos cestos é vindima
Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades
O hábito não faz o monge
Velho casado com nova, filhos até à
cova
Não te importes da raça, nem da cor
da pele. Ama a todos, como irmãos e faz o bem.
Na melhor toalha cai a nódoa
Há males que vêm por bem
Viver não custa, custa é saber viver
FONTE: Armando das Neves
D.Graça Palla
Carminda Neves
COIMBRA, DEZEMBRO DE 2015
CARMINDA NEVES