No Tigre superior, acima das terras argilosas, numa região
com pedra em abundancia apropriada para construções, haviam-se estabelecido os
Assírios. Antes que os sumérios fossem submetidos pelos Semitas, já estes
Assírios, povos semitas, haviam fundado uma civilização e construído, cidades,
entre as quais sobressaiam Nínive e Assur. Aliaram-se ao Egito contra a
Babilónia e foram recompensados pelo Egito. Desenvolveram em alto grau a arte
militar, tornaram-se poderosos incursionistas e cobradores de tributos; e, por
fim, adotando o cavalo e o carro de guerra, conquistaram a Babilónia, sob o
comando do rei Tiglate PeliserI. (cerca
de 1100 a.C.).
Durante quatro séculos, a expansão da Assíria em direção ao
Egito foi obstada por outro grupo de povos, os Aramaicos, estabelecidos ao sul.
A principal cidade dos Aramaicos era Damasco, e os seus descendentes são os
Sírios de hoje. (Devemos notar que não há qualquer ligação entre as palavras assírio e sírio. A semelhança é
puramente acidental). Contra estes Sírios investiram os reis assírios, lutando
por expansão e poder na direção do sudoeste.
Em 745 a. C., Apareceu um novo Tiglate Peliser, Tiglate Peliser III, a quem a Bíblia faz
referência (II Reis, XV, 29 e XVI, 7 e
segs.)
Foi este rei que ordenou a deportação dos Israelitas, (as
«dez tribos perdidas» cujo destino final tem dado trabalho a muitos
estudiosos). Tiglate Peliser III, além disto, conquistou e reinou sobre a
Babilónia, fundando, deste modo, o que os historiadores conhecem como o Segundo
Império Assírio. O seu filho, Xalmaneser IV (II Reis, XVII, 3, na Bíblia),
morreu durante o cerco da Samaria e foi sucedido por um usurpador, que, sem
dúvida para lisonjear as suscetibilidades da Babilónia, tomou o antigo nome
sumério-acádio, de Sargão – Sargão
II. Parece que foi ele quem, pela primeira vez, armou as forças assírias com armas
de ferro. Foi provavelmente Sargão II quem, de facto, levou a efeito a
deportação das dez tribos que Tiglate Peliser III havia ordenado.
GUERREIRO ASSIRIO BAIXO RELEVO DO PALÁCIO DE SARGÃO II |
Essas transferências de população tornaram-se um dos aspetos
característicos dos métodos políticos do Novo Império Assírio. Nações inteiras,
que se mostravam de difícil submissão nas suas próprias terras, foram levadas
em massa para regiões estranhas, onde a única esperança de sobrevivência
estaria em obedecerem ao poder absoluto dos opressores.
Senaqueribe, filho de Sargão, levou as hostes assírias até às
fronteiras do Egito. Aí o exército de Senaqueribe foi destruído pela peste,
fatalidade referida na Bíblia, no segundo livro dos Reis, capítulo décimo nono:
«E naquela noite, o
anjo do Senhor veio e feriu, no seu campo dos Assírios, cento e oitenta e cinco
mil soldados: quando se levantaram, cedo pela manhã, e olharam, todos aqueles
soldados eram corpos mortos. E foi assim que Senaqueribe partiu, regressando
para Nínive», onde ficou… para ser assassinado mais tarde pelos seus
filhos.
O neto de Senaqueribe, Assurbanipal (chamado pelos Gregos
Sardanapalo)foi mais bem sucedido e, por algum tempo, conquistou e ocupou o
Baixo Egito.
FONTE:HITÓRIA UNIVERSAL; H.G. WELLS
JULHO DE 2013
CARMINDA NEVES
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