terça-feira, 30 de julho de 2013

VELHICE

AMOR ENTRE INFANCIA E IDADE ADULTA
Uma pessoa envelhece lentamente: primeiro envelhece o seu gosto pela vida e pelas pessoas, sabes, pouco a pouco torna-se tudo tão real, conhece o significado das coisas, tudo se repete tão terrível e fastidiosamente. Isso também é velhice. Quando já sabe que um corpo não é mais que um corpo. E um homem, coitado, não é mais que um homem, um ser mortal, faça o que fizer... Depois envelhece o seu corpo; nem tudo ao mesmo tempo, não, primeiro envelhecem os olhos, ou as pernas, o estômago, ou o coração. Uma pessoa envelhece assim, por partes. A seguir, de repente, começa a envelhecer a alma: porque por mais enfraquecido e decrépito que seja o corpo, a alma ainda está repleta de desejos e de recordações, busca e deleita-se, deseja o prazer. E quando acaba esse desejo de prazer, nada mais resta que as recordações, ou a vaidade; e então é que se envelhece de verdade, fatal e definitivamente. Um dia acordas e esfregas os olhos: já não sabes porque acordaste. O que o dia te traz, conheces tu com exactidão: a Primavera ou o Inverno, os cenários habituais, o tempo, a ordem da vida. Não pode acontecer nada de inesperado: não te surpreende nem o imprevisto, nem o invulgar ou o horrível, porque conheces todas as probabilidades, tens tudo calculado, já não esperas nada, nem o bem, nem o mal... e isso é precisamente a velhice.

Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'

Carminda neves
julho de 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

OS ASSÍRIOS E O SEU IMPÉRIO


No Tigre superior, acima das terras argilosas, numa região com pedra em abundancia apropriada para construções, haviam-se estabelecido os Assírios. Antes que os sumérios fossem submetidos pelos Semitas, já estes Assírios, povos semitas, haviam fundado uma civilização e construído, cidades, entre as quais sobressaiam Nínive e Assur. Aliaram-se ao Egito contra a Babilónia e foram recompensados pelo Egito. Desenvolveram em alto grau a arte militar, tornaram-se poderosos incursionistas e cobradores de tributos; e, por fim, adotando o cavalo e o carro de guerra, conquistaram a Babilónia, sob o comando do rei Tiglate PeliserI. (cerca de 1100 a.C.).

Durante quatro séculos, a expansão da Assíria em direção ao Egito foi obstada por outro grupo de povos, os Aramaicos, estabelecidos ao sul. A principal cidade dos Aramaicos era Damasco, e os seus descendentes são os Sírios de hoje. (Devemos notar que não há qualquer ligação entre as palavras assírio e sírio. A semelhança é puramente acidental). Contra estes Sírios investiram os reis assírios, lutando por expansão e poder na direção do sudoeste.

Em 745 a. C., Apareceu um novo Tiglate Peliser, Tiglate Peliser III, a quem a Bíblia faz referência (II Reis, XV, 29 e XVI, 7 e segs.)

 
Foi este rei que ordenou a deportação dos Israelitas, (as «dez tribos perdidas» cujo destino final tem dado trabalho a muitos estudiosos). Tiglate Peliser III, além disto, conquistou e reinou sobre a Babilónia, fundando, deste modo, o que os historiadores conhecem como o Segundo Império Assírio. O seu filho, Xalmaneser IV (II Reis, XVII, 3, na Bíblia), morreu durante o cerco da Samaria e foi sucedido por um usurpador, que, sem dúvida para lisonjear as suscetibilidades da Babilónia, tomou o antigo nome sumério-acádio, de Sargão – Sargão II. Parece que foi ele quem, pela primeira vez, armou as forças assírias com armas de ferro. Foi provavelmente Sargão II quem, de facto, levou a efeito a deportação das dez tribos que Tiglate Peliser III havia ordenado.
GUERREIRO ASSIRIO
BAIXO RELEVO DO PALÁCIO DE SARGÃO II





Essas transferências de população tornaram-se um dos aspetos característicos dos métodos políticos do Novo Império Assírio. Nações inteiras, que se mostravam de difícil submissão nas suas próprias terras, foram levadas em massa para regiões estranhas, onde a única esperança de sobrevivência estaria em obedecerem ao poder absoluto dos opressores.

Senaqueribe, filho de Sargão, levou as hostes assírias até às fronteiras do Egito. Aí o exército de Senaqueribe foi destruído pela peste, fatalidade referida na Bíblia, no segundo livro dos Reis, capítulo décimo nono:

«E naquela noite, o anjo do Senhor veio e feriu, no seu campo dos Assírios, cento e oitenta e cinco mil soldados: quando se levantaram, cedo pela manhã, e olharam, todos aqueles soldados eram corpos mortos. E foi assim que Senaqueribe partiu, regressando para Nínive», onde ficou… para ser assassinado mais tarde pelos seus filhos.

O neto de Senaqueribe, Assurbanipal (chamado pelos Gregos Sardanapalo)foi mais bem sucedido e, por algum tempo, conquistou e ocupou o Baixo Egito. 
FONTE:HITÓRIA UNIVERSAL; H.G. WELLS
JULHO DE 2013
CARMINDA NEVES 

 

 

sábado, 20 de julho de 2013

O IMPÉRIO DE HAMURÁBI


  Hamurábi foi o sexto rei da primeira dinastia do império babilónico (1792 a 1750 a.C.). Foi o primeiro grande organizador que consolidou o seu império sobre normas regulares de administração. Tornou-se famoso por ter mandado compilar o mais antigo código de leis escritas, conhecido como o código de Hamurábi. Este código foi encontrado em Susa em 1901, encontra-se atualmente no museu do Louvre em Paris. Viu-se a braços com graves crises. Económicas, financeiras e sociais, que soube, resolver sabiamente. Assim os governantes de hoje o soubessem fazer. Ex: perdão de dívidas até ao próprio estado. 

IMPERIO DE HAMURÁBI

Quando o povo do império sumério-acádio perdeu o seu vigor militar e político, novas incursões de povos guerreiros, os Elamitas, começaram a leste, enquanto do oeste se precipitavam os semitas Amoritas, esmagando, entre eles, o império sumério-acádio.                                              

Os Elamitas eram de língua origem desconhecidas, «nem sumérios, nem semitas» diz Sayce. A sua cidade central era Susa. E sua arqueologia é uma mina ainda em grande parte inexplorada. Alguns acreditam que fossem, informa H.H. Johnston, de tipo negroide. Há ainda uma forte marca negroide nos povos atuais do Elam.(atual sudoeste do Irão estendendo-se desde as terras baixas do Cuzestão à Província de Llam e uma pequena parte do sul do Iraque).

Os Amoritas pelo contrário, eram da mesma origem que Abraão e os Hebreus posteriores. Os Amoritas fixaram-se a princípio na parte superior do Eufrates, ocupando a Babilónia, que não passava então de uma pequena cidade. Mas depois de uma centena de anos de guerra assenhorearam-se de toda a Mesopotâmia, sob um grande rei Hamurábi (2100 a. C.), fundador do primeiro império Babilónico.

De novo veio paz e tranquilidade e um declínio de proezas agressivas, para, dentro de cem anos, surgirem novos nómadas. Foram os Cassitas, os quais invadiram a Babilónia com um novo armamento de cavalos e carros de guerra e impuseram ao grande império o seu próprio rei.

FONTE: HITÓRIA UNIVERSAL; H.G. WELLS; primeiro volume

Coimbra, Julho de 2013

Carminda Neves    

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A UNIVERSIDADE DE COIMBRA SÍMBOLOS, DISTINÇÕES E CERIMÓNIAS ACADÉMICAS



REI D. DINIS
As Universidades medievais europeias surgem ou à margem do poder ou por estatuição da autoridade pontifícia ou imperial, por vezes associadas no ato da sua criação.
No que respeita à Universidade de Coimbra, que se confunde com os primórdios da Nacionalidade, há três documentos de importância capital relativos à sua fundação.

O primeiro é a súplica, de que infelizmente só conhecemos traslado, dirigida ao Papa Nicolau IV, em 12 de Novembro de 1288, assinada pelos abades dos Mosteiros de Santa Maria de Alcobaça, de Santa Cruz em Coimbra de S. Vicente em Lisboa e ainda por diversos superiores de 24 Igrejas e conventos do reino.

O segundo documento é o da própria fundação de 1 de março de 1290 e assinado em Leiria por El-Rei D. Dinis, particularmente sensível as letras, porque poeta e neto de Afonso X rei de Castela “o sábio”. A esposa do Monarca português, Isabel de Aragão, a futura Rainha Santa, aparece em vários documentos apresentando súplicas a favor dos escolares.
PAPA Nicolau IV
O terceiro documento é a Bula de Nicolau IV, exarada em Orvieto a 9 de agosto do mesmo ano de 1290, que reconhecia o estudo geral e autorizava a concessão pelo cancelário, que era o bispo diocesano do ius ubique docendi”, ou seja, a aptidão para ensinar em toda a parte. Pelo referido documento conhecem-se as faculdades que integravam o estudo geral: Artes, Direito Canónico, Direito Civil e Medicina. A faculdade de Teologia era excluída, em virtude do seu ensino estar reservado aos conventos Dominicanos e Franciscanos e à Universidade de Paris, passou a fazer parte do nosso ensino só por volta de 1400.


REI D. JOÃO III
A localização do estudo geral foi em Lisboa no bairro de Alfama em 1290. O rei assim decidiu devido à polémica gerada entre o bispo emissário do rei e o abade de Santa Cruz em Coimbra, ambos queriam o topo do mandato, um porque representava o soberano, o outro porque mandava no mosteiro, este último depois de muita polémica disse: “no mosteiro de S. Cruz não haverá nunca uma Universidade”. Ganhou! A Igreja mandava mais que o rei… Foi uma pena porque todos os mosteiros da rua da Sofia (sabedoria em grego) que estavam preparados para receber o novo estabelecimento de ensino se ficaram por simples mosteiros, o abade continuou a sua missão, o bispo foi enviado para Leiria pelo rei, por lá lhe arranjou um cargo. Em 1308 mudava-se para a alcáçova Real (Passos Reais cedidos pelo Soberano) em Coimbra, edifício conhecido nos meados do séc. XVI de estudos velhos, entre 1338 e 1354 volta a Lisboa, e a Coimbra entre 1354 e 1377, regressa à capital de 1377 a 1537, tendo recebido então novas instalações, dadas pelo Infante D. Henrique, em 1537 foi definitivamente transferida para Coimbra por D. João III, atendendo à maior serenidade existente na cidade do Mondego, mais adequada à reflexão e ao estudo.

A leitura dos três documentos leva-nos à conclusão que os estudos gerais já funcionavam há muito tempo em Portugal, mas devido às não boas relações dos reis anteriores a D. Dinis com o vaticano é lhes negada a autorização para a fundação de uma Universidade.
Em Coimbra já fora criado em 1131 o Mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, graças a D. Telo, arcediago da Sé de Coimbra, a D. João Peculiar, Mestre- Escola da mesma catedral, e ao próprio Rei, D. Afonso Henriques, do qual Mosteiro foi primeiro prior S. Teotónio tendo nele estudado, entre muitos outros, SANTO ANTÓNIO.

Também a Sé velha, tesouro precioso de estilo românico, edificada no tempo do rei conquistador, era um grande centro de cultura através da sua Escola Catedralícia (1094),o mosteiro do Lorvão também centro de ensino, como aliás acontecia com as suas congéneres nacionais e estrageiras.

                     SÍMBOLOS, DISTINÇÕES E CERIMÓNIAS ACADÉMICAS

São símbolos da Universidade de Coimbra o selo, a bandeira e o hino.
O Selo representa a Sapientia coroada, em pé, com um livro aberto na mão esquerda e um cetro terminado em esfera armilar na direita. No chão encontram-se alguns livros e ainda um crivo, do lado direito, e um mocho do esquerdo. Este conjunto está enquadrado por um pórtico gótico e tem à volta, na metade inferior, a legenda “Insígnia Universitatis Conimbrigensis”.

SAPIENTIA
As cores do selo são: verde para a reitoria e suas dependências imediatas, azul-escuro para a Faculdade de letras, vermelho para a de Direito, amarela para a de Medicina, azul claro e azul claro e branco para a de Ciências e Tecnologia, roxo para Farmácia, vermelho e branco para a de Economia, cor de laranja para a de Psicologia e Ciências da Educação. Hoje as faculdades são muito mais do que as que deram origem à Universidade e as cores foram-se multiplicando. Hoje terá cerca 30 000 a 50 000 mil estudantes nesta Universidade.
Estas cores são visíveis nos trajos cerimoniais usados pelos catedráticos nos vários atos protocolares realizados pela Universidade. Os estudantes usam fitas com as cores acima descritas conforme as faculdades, que frequentam, nas suas pastas pretas.

As Faculdades, a Biblioteca Geral, o Arquivo e a Imprensa da Universidade podem utilizar, além do selo descrito, os emblemas ou selos brancos que lhes sejam próprios, desde que aprovados pelo senado.
A bandeira tem ao centro o selo da Universidade, de cor verde, em relevo, sobre fundo branco.

A Universidade tem hino próprio, que se toca nas cerimónias solenes.

TORRE DA UNIVERSIDADE
O doutoramento honoris causa é a mais alta distinção conferida pela Universidade, sendo a respetiva concessão feita pelo senado, sob proposta das Faculdades, aprovada por maioria de dois terços do conselho Científico.

A medalha honorífica da Universidade é atribuída pelo Reitor, por sua iniciativa ou proposta do senado, destina-se a galardoar pessoas ou instituições que tenham prestado relevantes serviços à Universidade ou que se tenham distinguido por méritos excecionais.
O dia da Universidade de Coimbra celebra-se a 1 de março
 
                     ADMISSÃO E TRAJOS ACADÉMICOS DE ALUNOS E PROFESSORES
O percurso universitário do lente (professor universitário; professor catedrático; aquele que lê; do latim legente) começava após a conclusão dos estudos universitários. Este iniciava-se pela matrícula na faculdade que pretendia cursar. Para ser autorizado a matricular-se na faculdade da sua escolha, era preciso que tivesse uma idade mínima que variava de uma faculdade para outra, mas que se situava entre os 14 e os 18 anos. Devia ter aproveitamento nos estudos preparatórios, comprovado por certificados dos respetivos professores e por exames de admissão, e era também obrigado a apresentar certidões de batismo e de bom comportamento moral e cívico. Fazia juramento de obediência ao reitor e estatutos da Universidade. Ficava assim a pertencer à corporação universitária, e sujeito ao foro académico, privilégio que só acabou com o liberalismo. Durante o seu percurso universitário era sujeito a várias provas, tanto escritas, como orais e práticas, culminando no seu final com exames expostos ”solida, erudita, e elegantemente” de sorte que quem ouvir a lição fique convencido da genuína sabedoria do examinando.
TRAJO ACADÉMICO DO ESTUDANTE
   


trajo académico do estudante
O trajo académico do estudante assinalava-o como membro do corpo discente da Universidade. Até à eclosão do regime liberal, manteve-se o hábito talar (comprido até aos calcanhares) de feição clerical, (da Igreja) que incluía um calção preto, afivelado abaixo do joelho, meias pretas e sapatos de fivela de prata marchetada, e um mantéu (capa) talar preto, com gola larga e bandas dobradas na frente, seguro sobre o peito com um cordão de borlas. Na cabeça usava um gorro preto ou um barrete tricórnio. O trajo académico foi-se laicizando pouco a pouco e a partir de 1910 deixou de ser obrigatório o seu uso quotidiano. Hoje cinge-se a fato, capa e batina pretos usando-se apenas em cerimónias académicas ex. queima das fitas. O trajo universitário tem pois herança religiosa, pois era nos mosteiros e conventos que se ensinava, era aí que existia a intelectualidade, era pela igreja, que a mesma era transmitida ao povo, daí o alto nível de analfabetismo existente entre os povos.

                            O GRAU DE DOUTOR
É a ultima, e maior honra, a que nas universidades pretendem chegar os que nelas estudam. “Por isso é conveniente que se não negue a quem o tiver justamente merecido “assim dizem os estatutos Pombalinos.

CAPELO, BARRETE E BORLA
O cerimonial de doutoramento decorria da seguinte forma: o doutorando era acompanhado solenemente do terreiro de Santa Cruz até à capelada universidade, onde era celebrada missa, finda a qual o cortejo seguia para a Sala Grande dos Atos. Assim se continuava a tradição dos estatutos velhos (1654), segundo os quais os cortejos iam, quer para Santa Cruz (teologia e medicina), quer de Santa Cruz para as escolas e capela (cânones e leis). Após 1834, o cortejo partia da atual praça Marquês de Pombal, e mais tarde passou a sê-lo da Biblioteca Joanina. O Reitor, o Padrinho, os lentes e os doutores com as suas insígnias. O doutorando vinha com capelo (espécie de capa usada pelos doutores como insígnia, nos atos solenes; insígnia distintiva reservada aos cardeais; mais uma vez a herança religiosa na universidade) de veludo da cor da respetiva faculdade (descritas acima), de cabeça descoberta, à mão esquerda do Reitor, ficando do outro lado o Padrinho. Seguia-se o pajem do doutorando, com uma salva em que iam o barrete (espécie de carapuça sem pala; cobertura quadrangular usada pelos eclesiásticos e pelos catedráticos em momentos solenes) e a borla (ornamento de onde pendem fios em forma de campânula; pode chamar-se também barrete; grau ou insígnia de doutor; os catedráticos são complicados e não querem ter dois barretes eh, eh…). Depois vinham os lentes e os doutores, dois a dois, segundo as suas precedências e antiguidades. Nenhuma outra pessoa que não levasse insígnias podia incorporar-se no cortejo.
SALA DO SENADO

Só tentei esclarecer as dúvidas acerca da existência de capelo, barrete e borla nos atos solenes da Universidade de Coimbra, eu própria estava confusa, e o porquê da existência dos mesmos, a sua origem, assim como do trajo dos alunos da mesma Universidade.(A pedido de uma leitora do blogue. Espero que tenha feito esclarecimento adequado. obrigada por ler este blogue).
Jinhos

Fontes: MEMORIA PROFESSORUM UNIVERSITATISCONIMBRIGESIS 1772-1937; VOL II Arquivo da Universidade de Coimbra
A UNIVERSIDADE DE COIMBRA, MARCOS DA SUA HISTÓRIA;MANUEL AUGUSTO RODRIGUES; Arquivo da Universidade de Coimbra  

Coimbra julho de 2013

Carminda Neves (Aluna da Aposénior Universidade sénior de Coimbra)  

 

 

             

segunda-feira, 8 de julho de 2013

À DESCOBERTA DO PLANETA TERRA


AEROPORTO MOHAMMED V CASABLANCA
FOTOS CARMINDA E SÃO
                           Marrocos

Antiga Nação carregada de História: berberes, cartagineses, fenícios, romanos, vândalos e bizantinos precederam os árabes, fazendo de Marrocos uma encruzilhada geográfica, histórica, cultural e civilizacional.

Os fundamentos de Marrocos residem nesta História dando-lhe toda a sua autenticidade, diversidade, proximidade e diferença, que lhe outorgaram a sua identidade e singularidade

É um país do norte de África, limitado a norte pelo Estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha), por Ceuta, pelo Mar Mediterrâneo, a leste e a sul pela Argélia, a sul pelo Seara Ocidental e a oeste pelo Oceano Atlântico a noroeste tem como vizinho próximo Portugal. A sua capital é Rabat. Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente, mas em que o rei é igualmente o chefe do governo. A economia deste país baseia-se na agricultura, turismo e na industria transformadora e na exploração mineira.

         Cidades que visitei

CISTERNA PORTUGESA FOTO: CARMINDA
El Jadida

Em tempos chamou-se Mazagão e foi uma importante praça-forte portuguesa. Admiravelmente conservada, revela uma excecional mescla de influências entre culturas: europeia e africana. Ainda hoje o mais significativo monumento da cidade é a antiga cisterna construída a mando de el rei D. Manuel I de Portugal em 1514.

Safi

A Medina é naturalmente, a parte mais antiga da cidade. A rua Souk é a artéria principal ladeada por tendas e souks de mercadores e artesãos agrupados em corporações. Resta como vestígio da presença portuguesa: o Castelo do Mar (DAR EL BAHR)

 Essaouira

Na sua origem chamada Amogdul em berbere, Essaouira (antiga Mogador) é uma cidade da costa atlântica de Marrocos com cerca de 72 mil habitantes.

Os portugueses, sob o comando de Diogo de Azambuja construíram aí um forte, designado por Castelo Real de Mogador, em 1506. Em 1525 este castelo foi conquistado pelos Marroquinos.

Marrakech

 
Cidade imperial de beleza singular, antiga capital do Reino de Marrocos, com origens da dinastia berbere fundada pelos Almoravidas.

Mistura de influências de culturas árabes, berberes, andaluzas, africanas e europeias. Os aromas das especiarias, as paisagens, a arquitetura, os sublimes recantos e refúgios, a sua História e histórias, a atmosfera, colorida e exótica, fazem desta cidade, uma das mais visitadas de Marrocos.

MESQUITA DE CASABLANCA FOTO CARMINDA
FEZ

Fez (faz em árabe), cidade situada no centro-norte de Marrocos tem cerca de 1 milhão de habitantes, foi capital do país durante vários períodos. É a cidade onde está situada a Universidade de Karueein, a mais antiga universidade do mundo ainda em funcionamento, criada nos primórdios da cidade (859)

A cidade foi fundada em 789 a.C. por Idriss II. Desde essa altura que a cidade foi ocupada principalmente por muçulmanos. Em 810 foi construída a Mesquita de Qarawiyyin ou Karueein e que permanece até hoje a mais antiga mesquita de África.

De 1170 a 1180, foi a maior cidade de Marrocos e a principal cidade do reino de Fez. Foi o centro religioso e científico do mundo ocidental, onde cristãos e muçulmanos de roda a Europa e Marrocos vinham estudar. Depois da reconquista da Península Ibérica em 1492 houve um êxodo de muçulmanos e foi a partir dessa altura que a população da cidade aumentou.

Meknes

Cidade do norte de Marrocos, capital da província do mesmo nome, situada numa fértil planície ao norte do Atlas médio (Atlas: cordilheira montanhosa do norte de África). Na sua produção industrial, predominam a transformação de frutas e verduras, elaboração de óleo de palma, as fundições de metal, as destilarias, a elaboração de cimento, o artesanato (tapetes de lã), são cultivados cereais e frutas.

Voulubilis

Foi uma importante cidade romana, construída no local de uma antiga povoação cartaginesa de séc. III (ou eventualmente anterior) que por sua vez já tinha sido construída nas ruinas de uma povoação neolítica. As ruinas de Voulubilis foram declaradas Património Mundial da UNESCO em 1997.

NESTE LOCAL O OCEANO ATLANTICO SE ENCONTRA
COM O MEDITERRANEO FOTO DE GRUPO CARMINDA
 Tanger

Capital da região de Tânger-Tetuão em Marrocos. Situa-se no noroeste de África junto ao estrito de Gibraltar onde começa a orla atlântica de Marrocos.

A cidade permaneceu em mãos portuguesas até 1661 altura em que, ao abrigo do tratado de paz e amizade firmado com a Grã-Bretanha a mão de D. Catarina de Bragança, filha do Rei D. João IV de Portugal foi cedida em casamento ao Rei Carlos II de Inglaterra levando no seu dote as cidades de Tânger e de Bombaim (na India).

Rabat

É a capital do reino de Marrocos tem 1 344 000 habitantes. Fica situada junto ao mar, na foz do rio Bu- Regreg.

No local hoje ocupado por Rabat existiu a localidade de Chella, designada Sala Colonia pelos Romanos. No séc. XII, foi a capital do império almorávida. Nesta cidade ergue-se o Palácio Real. É sede do governo, dos ministérios e da administração central. Nela se encontra a  maior universidade do país, diversos armazéns, livrarias, cinemas e teatros. A cidade é dominada pela torre Hassan, com cerca de 44 metros de altura. Junto à torre encontra-se o mausoléu dedicado a Mohamed V, soberano que levou Marrocos à independência.

CASABLANCA RICK`S CAFE
E OUTROS LOCAIS FOTOS CARMINDA E SÃO
Casablanca

É a maior cidade de Marrocos, na costa atlântica tem cerca de 3,7 milhões de habitantes e o maior porto e maior centro industrial e comercial do país.

Casablanca está situada na antiga localidade de Anfa, destruída em 1468 pelos portugueses. Em 1515 os portugueses fundaram a atual cidade com o nome de casa branca. Destruída pelo terramoto de 1755, foi reconstruida pelo sultão de Marrocos em 1757. Foi ocupada pelos franceses em1907 que promoveram o seu desenvolvimento. Durante a 2ª guerra mundial desempenhou papel importante: reuniões entre políticos e refúgio de passagem para muitos fugitivos da guerra, esses factos foram inspiradores para a criação do emblemático filme CASA BLANCA hoje um clássico do cinema americano, que fez dela uma cidade emblemática, assim como ao seu RICK`S CAFÉ, cenário de quase rodo o filme. Nesta cidade se encontra uma das maiores Mesquitas da Religião Muçulmana.

Fontes: História de Portuga
              História de Marrocos
          Meus apontamentos de História

Julho de 2013
Carminda Neves