UM POUCO DE HISTÓRIA
Em 24 de agosto teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do
Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança
Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona. D. Constança
era uma mulher bonita e frágil, de quem teria sido fácil D. Pedro gostar e
amar. Mas na sua comitiva vinha outra mulher que além de muito bela, tinha uma
forte personalidade, e foi por esta, aia de D. Constança, D. Inês de Castro,
que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance começou a ser comentado e mal
aceito, tanto pela corte como pelo povo.
D. Pedro e D. Inês tentaram disfarçar o amor que, sentiam um
pelo outro, mas tornaram-se amantes ainda em vida de D. Constança, assim, em
1344, o rei mandou exilar D. Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira
castelhana, onde tinha sido criada por sua tia.
Em outubro do ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o
futuro rei, D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do
pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o
que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai.
Começou então uma desavença entre o Rei e o Infante.
O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a
dama galega. A 7 de
janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a
ausência de D. Pedro, numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro
Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa
Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela
morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta das Lágrimas, e
algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
LENDA
Balada
para Dona Inês
Por: José Cid
Chegou das terras de Espanha
Nobre dama de Castela
Na corte de Portugal
Diziam ser a mais bela
Seu nome ficou na história
Como símbolo de amor
Não mais tiveram perdão
Aqueles que a mataram
Dona Inês
Seus longos cabelos de ouro
Os olhos azuis mas morta
Sentada em trono real
Todos lhe beijam a mão
Seu nome ficou então
Como símbolo do amor
E um poeta trovador
A sua morte cantou
FONTE: José Cid
Coimbra, Março 2015
Carminda Neves
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