domingo, 12 de março de 2017

COMO VIVE O SAGE («prudente; razoável»)

SAGE: (Aquele que alia a virtude à sabedoria; aquele cujos juízos e cujo comportamento são inspirados e governados pela retidão de espírito, pelo bom senso; aquele que só estima os verdadeiros bens e, por isso, vive sem as ambições, as inquietações e as deceções que perturbam a existência do homem comum)
Pirro de Élis (ca. 360 a.C. — ca. 270 a.C. foi um filósofo grego, nascido na cidade de Élis, considerado o primeiro filósofo cético e fundador da escola que veio a ser conhecida como pirronismo.
Pirro, viajou com Alexandre, o Grande nas suas explorações no oriente, e estudou na Índia com os gimnosofistas: (as raízes orientais do ceticismo pirrônico) e Magi na Pérsia: (Linha sacerdotal hereditária na Pérsia), adotou da filosofia oriental uma vida de reclusão. Voltando a Elis, viveu pobremente, mas foi muito reconhecido pelos habitantes de Elis e também pelos atenienses, que lhe concederam a cidadania.
Diz-se que Pirro era tão cético que isso o teria levado a agir de maneira insensata. Segundo Diógenes Laércio, não se guardava de risco algum que estivesse em seu caminho, carroças, precipícios ou cães. Certa vez, quando Anaxarco caiu em um poço, Pirro manteve-se imperturbável, conforme a sua filosofia, não socorrendo o mestre. "Filosofava segundo o discurso da suspensão do juízo, mas que não agia de maneira inaudita". Parece confirmar essa observação o fato de Pirro ter vivido até os 90 anos.
PIRRO de  ÉLIS
O mundo é vão, ilusório, caduco, frágil, instável, nulo. Portanto, a autentica atitude do homem perante este mundo irreal não implica qualquer opinião sobre ele, qualquer inclinação para este ou aquele aspeto, qualquer agitação por ele determinada: é ataraxia («imperturbabilidade»), afasia («o não falar», «o não julgar»), epoché («a suspensão do juízo»), e apatia (« a ausência de paixões»). A atitude dos sábios orientais que Pirro havia encontrado na Índia.
   A felicidade nasce desta absoluta indiferença pelo mundo, a qual «despe completamente o homem» da sua humanidade e o faz encontrar nele próprio a vida do divino e do bem. Se verdadeiramente se abandona toda a opinião acerca do mundo, é então radicalmente modificada também a sensibilidade e as sensações perdem essa intensidade que é devida à memória, à expectativa, ao medo do futuro. O Sage pode, pois, ser feliz mesmo entre aquilo a que os homens chamam «os tormentos mais atrozes». Prazer, dor, riqueza, miséria, gloria, ignomínia, saúde, doença, vida, morte são-lhe absolutamente indiferentes. Ele é feliz e indiferente ao mundo, tal como é feliz e indiferente ao mundo o Deus de Aristóteles.
Também Sócrates afirmou que o verdadeiro bem é o da alma, da qual o corpo é «cárcere»; e viveu da acordo com este seu saber; mas Sócrates suporta a dor e o mal do mundo – como depois fará também Jesus Cristo: já Pirro os não suporta, porque não apenas ele sabe que não têm realidade, como os vive como irreais, do mesmo modo sabe e vive como irreais todos os aspetos do mundo.

Fonte: SEVERINO, Emanuel: A FILOSOFIA ANTIGA; CAPITULO XI, 3; edições 70
                                  https://pt.wikipedia.org/wiki/Pirro_de_%C3%89lis
                                     FOTOGRAFIA TIRADA DA NET
Coimbra, Março de 2017
Carminda Neves

               


Sem comentários:

Enviar um comentário