terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

O PODER DAS PALAVRAS

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GABRIEL GARCIA  MARQUEZ


A Humanidade entrou no terceiro milénio sob o império das palavras. Não é verdade que a imagem esteja a suplanta-las nem que possa extingui-las. Pelo contrário, está a potencia-las: nunca houve no mundo tantas palavras com tanto alcance, autoridade e arbítrio como na imensa Babel da vida actual. Palavras inventadas, maltratadas ou sacralizadas pela imprensa, pelos livros descartáveis, pelos cartazes de publicidade; faladas e cantadas pela rádio, pela televisão, pelo cinema, pelo telefone, pelos altifalantes públicos: gritadas à brocha nas paredes da rua ou sussurradas ao ouvido na penumbra do amor: Não: o grande derrotado é o silêncio. As coisas têm agora tantos nomes em tantas línguas que já não é fácil saber como se chamam em nenhuma. Os idiomas dispersam-se à rédea solta, misturam-se e confundem-se, desembestados rumo ao destino inelutável de uma língua global.

               Gabriel Garcia Marquez, in “Eu não Venho Fazer um Discurso”

Gabriel José García Márquez foi um colombiano escritor, jornalista, editor, ativista e político.
Nascimento: 6 de março de 1927, Aracataca, Colômbia
Falecimento: 17 de abril de 2014, Cidade do México, México
Prêmios: Prêmio Nobel de Literatura, Prémio Rómulo Gallegos, mais
Filmes: Erêndira, En este pueblo no hay ladrones, mais
Filiação: Gabriel Eligio García, Luisa Santiaga Márquez

Foi laureado com o Prémio Internacional Neustadt de Literatura em 1972, e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra que, entre outros livros, inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e viveu até a morte no México. Era pai do cineasta Rodrigo García.

Gabriel García Márquez, também conhecido por Gabo, nasceu em 6 de março de 1927, na cidade de Aracataca, Colômbia, filho de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez,[4][5] que tiveram ao todo onze filhos. Logo depois que García Márquez nasceu, seu pai se tornou um farmacêutico. Em janeiro de 1929, seus pais se mudaram para Barranquilla,[6][7] enquanto García Marquez permaneceu em Aracataca. Foi criado por seus avós maternos, Doña Tranquilina Iguarán e o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía.[6][8] Quando ele tinha oito anos, seu avô morreu, e ele se mudou para a casa de seus pais em Barranquilla, onde seu pai era proprietário de uma farmácia.

Seu avô materno Nicolás Márquez, que era um veterano da Guerra dos Mil Dias, cujas histórias encantavam o menino, e sua avó materna Tranquilina Iguarán, exerceram forte influência nas histórias do autor. Um exemplo são os personagens de Cem Anos de Solidão.

Gabriel estudou em Barranquilla e no Liceu Nacional de Zipaquirá. Passou a juventude ouvindo contos das Mil e Uma Noites; sua adolescência foi marcada por livros, em especial A Metamorfose, de Franz Kafka. Ao ler a primeira frase do livro, "Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso", pensou "então eu posso fazer isso com as personagens? Criar situações impossíveis?". Em 1947 muda-se para Bogotá para estudar direito e ciências políticas na universidade nacional da Colômbia, mas abandonou antes da graduação. Em 1948 vai para Cartagena das Índias, Colômbia, e começa seu trabalho como jornalista.


Coimbra, Fevereiro de 2017

Carminda Neves



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