Sophia de Mello Breyner |
Sophia de
Mello Breyner Andresen
Poetisa
Sophia
de Mello Breyner Andresen foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do
século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante
galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1998.
Filhos: mãe de cinco filhos
Irmãos: João Henrique de
Mello Breyner Andresen, Gustavo António
de Mello Breyner Andresen, Tomás de Melo
Breyner
“Comecei a escrever numa
noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste e Junho. Nela o fervor do
universo transbordava e eu não podia reter, cercar, conter – nem podia
desfazer-me em noite, fundir-me na noite.
No gume da perfeição, no
imenso halo de luz azul e transparente, no rouco da treva, na quási palavra de
murmúrio da brisa entre as folhas, no íman da lua, no insondável perfume das
rosas, havia algo de pungente, algo de alarme.
Como sempre a noite de
vento leste misturava extase e pânico”.
SPOPHIA DE MELLO BREYNER
ANDRESEN (Porto, 6 de novembro de 1919 — Lisboa, 2 de Julho de 2004) foi uma
das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher
portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa,
o Prémio Camões, em 1998. O seu corpo está no Panteão Nacional desde 2014 e tem
uma biblioteca com o seu nome em Loulé.
Nome grego que significa
sabedoria. E, neste caso, sabedoria tem mesmo um significado profundo, já que
se trata de um conhecimento íntimo do seu ser, do mundo.
Remete-nos, também, para os gregos, para a
Antiguidade Clássica que pressupõe a ideia de equilíbrio, de harmonia e de
justiça, bem próprios da personalidade de Sophia. Aponta para dois aspetos
muito importantes que são: o mar e o céu - aliás, toda a Grécia são rodeados de
mar.
Mostra a origem aristocrata da família. Sophia
nasceu no seio de uma família social e culturalmente superior. Sophia é
realmente nobre pelo seu tão especial modo de olhar o mundo à sua volta.
Proveniente de uma família estrangeira que
mostra o espírito aberto e a atenção aos diferentes valores das diferentes
culturas.
De origem dinamarquesa, aponta para o sonho, o
espírito de aventura e de descoberta (poesia “Navegações”) e para uma prática
ligada à realidade.
Sophia de Mello Breyner Andresen é um dos
maiores nomes da Literatura Portuguesa
Sophia nasceu na cidade invicta (Porto) a 6 de
Novembro de 1919. Por ser de família aristocrata, beneficiou de uma educação
cultural e artisticamente privilegiada e orientada por princípios católicos.
Passou grande parte da infância e juventude no
seu jardim familiar e na praia da Granja, também sua por tanto a amar. Daqui
surgiu o encantamento pela Natureza e, em especial, pelo Mar.
Chegou a iniciar o curso
de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa e, apesar de o não ter
concluído, podemos notar, desde já o seu interesse pelas culturas antigas, a
sua paixão pela Grécia.
Sophia viveu e foi marcada pelo período
político salazarista, o que levou à existência de conteúdos sociais e éticos na
sua obra.
Em 1999 recebeu o Prémio
Camões.
Viveu em Lisboa numa casa com uma “imensa sala
que dá para um jardim em terraço, com o Tejo lá ao fundo...”
Morreu aos 84 anos, a 2 de Julho de 2004.
Por que razão começou a escrever para
crianças? “Comecei a inventar histórias para crianças quando os meus filhos
tiveram sarampo.”
Casou-se, em 1946, com o
jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e foi mãe de cinco
filhos: uma professora universitária de Letras, um jornalista e escritor de
renome (Miguel Sousa Tavares), um pintor e ceramista e mais uma filha que é
terapeuta ocupacional e herdou o nome da mãe. Os filhos motivaram-na a escrever
contos infantis.
Prosa O Rapaz de Bronze A Menina do Mar
A Fada Oriana A Noite de Natal Contos Exemplares, O Cavaleiro da
Dinamarca A Floresta Histórias da Terra e do Mar A Árvore
Poesia Poesia Dia do Mar Coral Tempo
Dividido Mar Novo Cristo Cigano Livro Sexto. Geografia
O tema da natureza é uma das principais fontes
de inspiração, sobretudo a natureza marítima: o mar, as algas, os peixes, as
sereias, as ondas, etc. Mas outros aspetos naturais são também evidentes: o
vento, o luar, os pássaros, a noite, entre outros.
A metáfora e a comparação são figuras
constantes na poesia e na prosa de Sophia, sugeridas tantas vezes pelos
elementos naturais. Elas contribuem para acentuar a união do poeta e da poesia
com a natureza.
Coimbra, agosto de 2016
Carminda Neves
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