sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

AMIZADE E TRAIÇÃO


TRAIÇÃO
Do latim traditĭo, a traição é o erro que quebra a lealdade ou a fidelidade que se deveria guardar para com alguém ou algo. Consiste em renegar, seja através de ações ou de dizeres (palavras), um compromisso de lealdade.

AMIZADE
Amizade verdadeira é aquela que existe entre pessoas, entre pessoas e animais, onde um pode confiar no outro acima de qualquer coisa.
A história e a literatura estão cheias de exemplos de grandes amizades: Sherlock Holmes e Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, John Lennon e Paul McCartney… Mas nem sempre a lealdade prevalece e alguns casos tiveram um desfecho trágico. Conheça grandes traições que marcaram relações aparentemente inabaláveis.

TRAIÇÕES AO LONGO DA HISTÓRIA

A primeira grande traição da História, está relatada na Bíblia: (simbólica ou não) é a de Eva e Adão, quando traíram Deus, ao comer o fruto proibido! Resultado: a humanidade foi expulsa do Paraíso e condenada a viver num verdadeiro inferno: com guerras, fomes, diferenças sociais, etc. Reparemos que só os humanos vivem estas situações, os restantes seres vivos do universo nosso conhecido são inocentes.
Outra grande traição que continua a ser relatada na Bíblia: Judas Iscariotes, um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, é o traidor mais famoso de todos os tempos. Tanto que seu nome virou sinónimo de traidor. Por 30 moedas de prata ele entregou Jesus aos romanos. Depois da última ceia, Judas o beijou no rosto, o sinal que havia combinado com os soldados romanos. O fim da história toda conhece: Jesus foi crucificado. Judas terá- se arrependido e suicidou-se. Covarde como era, escolheu uma morte rápida (enforcou-se). A ironia é que esta traição, talvez tenha sido, na verdade, a maior prova de amizade: ao trair Jesus, Judas teria sido o único apóstolo a ajudá-lo a cumprir com seu destino.
 Outra grande traição Marcus Junius Brutus, membro da aristocracia romana, lutou contra César ao apoiar Pompeu Magno nas guerras civis romanas, mas foi posteriormente perdoado e nomeado pretor, como favorecido de Júlio César. Contudo, a lealdade do general romano não durou muito tempo: ele conspirou com Cassius, outro general, para a morte do imperador. Numa reunião do Senado, César foi apunhalado, caindo aos pés da estátua de Pompeu. Suas últimas palavras teriam sido “Tu também, meu filho?”, (Brutus era filho adotivo de César) ao referir-se a Brutus. A versão mais conhecida veio da peça de Shakespeare: “Até tu, Brutus?”.
 Outra grande traição ocorre na Lusitânia quando esta foi ocupada pelos romanos. Roma cansada de derrotas, envia novo general, Servílio Cipião. Este renova os combates com Viriato, mas este mantém superioridade militar e força-o a pedir uma nova paz. Envia, neste processo, três comissários de sua confiança (lusitanos que se venderam a Roma)  Audas, Ditalco e Minuros. Cipião recorreu ao suborno dos companheiros de Viriato, que assassinaram o grande chefe enquanto dormia. Um desfecho trágico para Viriato e os lusitanos, e vergonhoso para Roma, superpotência da época, e que se intitulava arauto da civilização.
A traição está entre os capítulos mais sombrios - e saborosos - da História ocidental. A própria Bíblia cita vários casos, além dos casos citados acima temos a traição do primogênito de Adão e Eva, Caim ficou enciumado da predileção de Deus por seu irmão mais novo. Levou Abel para um campo deserto, onde o matou. Tratado de não-agressão germano-soviético. O pacto estabelecia que a Alemanha nazista de Hitler e a URSS de Stelina não iriam interferir uma na outra em termos bélicos até que, em 1941, sem grandes explicações, Hitler atacou os russos na Operação Barbarossa. A URSS, após tamanha traição, entrou de vez na guerra ao lado dos Aliados. O resto é história conhecida. Enfim. Há tantas histórias de amizade e traição, sim! Porque para haver traição, tem de ter havido amizade ou pseudoamizade. A palavra "traição", mudou de sentido ao longo do tempo. "Hoje ela é acima de tudo um crime contra o Estado. Mas nem sempre foi esse o caso" Trair começou a ganhar status laico e jurídico na Roma antiga. Segundo o historiador do direito Simon Hirsch, os romanos inventaram o conceito de crimen maiestatis (lesa-majestade) para atos contra a soberania de Estado, o que incluía excentricidades como destruir a estátua do imperador.
 Mas a traição também existe entre as pessoas comuns, que não hesitam em servir-se de um amigo enquanto o consideram útil, e dar-lhe um pontapé quando já não o é. Todos nós já fomos vítimas de traição, por aquelas pessoas que considerávamos as nossas melhores amigas. Sim! Essas mesmas por quem até daríamos a vida
  O escritor e jornalista Baptista Bastos disse uma frase, que eu considero extraordinária, no programa INESQUECÍVEL da RTP 1, com Júlio Isidro. Vejamos: “NÃO HÁ ATO MAIS SÓRDIDO E REPUGNANTE DO QUE TRAIR UM AMIGO”. Como eu concordo com esta frase! Obrigada Baptista Bastos por a dizer num programa público.

 SOBRE BAPTISTA BASTOS  
Baptista Bastos e Julio Isidro

Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de Fevereiro de 1934) é um jornalista e escritor português.
Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e no Lycée Français Charles Lepierre, em Lisboa. Iniciou a sua carreira profissional na redação de O Século passando, de seguida, a subchefe de redação de O Século Ilustrado. Foi redator de outros jornais, como O Diário, República, Europeu, Almanaque, Seara Nova, Gazeta Musical e Todas as Artes, Época, Sábado e Diário Popular, onde permaceu por duas décadas. Foi correspondente da Agence France-Presse, em Lisboa. Assinou ainda várias colunas no Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre e, como crítico, colaborou com o Jornal de Letras, Artes e Ideias, o Expresso, o Jornal do Fundão, o Correio do Minho e o Diário Económico. Fundou ainda o semanário O Ponto, periódico que registou uma série de entrevistas semanais. Na rádio leu as suas crónicas, nomeadamente na Antena 1 e na Rádio Comercial. Atualmente é colunista do Diário de Notícias e do Jornal de Negócios.

Na televisão deu-se a conhecer como apresentador, na década de 1990, do programa Conversas Secretas na SIC. A convite do jornal Público, realizou uma série de dezasseis entrevistas sob a designação «Onde é que você estava no 25 de Abril?», posteriormente editadas em CD-ROM.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
                RTP 1
Coimbra, Janeiro de 2015
Carminda Neves





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