Foi uma construção
erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta República Democrática
Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se destinava a separar as
duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um setor capitalista e
outro socialista. A construção deste abominável símbolo da Guerra Fria.
A construção do
muro deveu-se, sobretudo, a um fator da grande diplomacia, a Segunda Crise de
Berlim (1958 – 1962). A incorporação da Alemanha Ocidental à OTAN, em 1955, e a
busca de um novo equilíbrio europeu e global entre as duas superpotências
reacenderam a disputa em torno da questão alemã. E Berlim representava,
justamente, o nervo exposto em termos jurídico-diplomáticos. A disputa entre
Kruschov e Kennedy chegou a um impasse na fracassada Cúpula de Viena, em junho
de 1961. Na impossibilidade de, pelo menos, transformar Berlim (unificada) numa
cidade livre e controlada pela ONU, Moscou vai autorizar a RDA a estabelecer
uma fronteira (material) dentro dessa cidade que abrigava dois sistemas rivais.
Era a forma de fazer com que a “sua” Alemanha fosse também reconhecida de fato
e de jure.
Na noite de 13 de agosto de 1961, a milícia operária da RDA
criou uma fronteira física de arame (futuro Muro), cuja passagem se tornava um
ato internacional. Kennedy disse, então: “não é a melhor solução [ao problema
alemão], mas ao menos se evitou a guerra”. O próprio governo de Bonn (a capital
ocidental) foi, de certa forma, beneficiado pela divisão do país e pela
construção do muro. Pode superar o passado, se transformar em vanguarda do
“Mundo Livre”, recuperar sua legitimidade internacional e se livrar da esquerda
doméstica.
Enquanto as pessoas simples sofriam as consequências
cotidianas e psicológicas da divisão, na prática, um foco de tensão era eliminado
e, alguns meses depois, como consequência da Crise dos Mísseis em Cuba, era
instalado o Telefone Vermelho e tinha início uma era de distensão entre os EUA
e a URSS. As duas Alemanhas aproveitaram para construir uma identidade própria
em oposição “à outra”, gerando legitimidade e estabilidade interna.
Guerra
Fria
É a designação
atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos
entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o
final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991),
um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e
ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência. É chamada
"fria" porque não houve uma guerra direta entre as duas
superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.
A situação de
liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que
Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a
enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias
pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan encontrou Gorbachev em Reykjavík, Islândia,
para discutir novas medidas de desarmamento dos mísseis estacionados na Europa.
Foi Raymond Aron que cunhou a
expressão Guerra Fria ao período histórico que sucedeu a Segunda Guerra
Mundial. E, durante o mesmo período, disse a célebre frase: "Guerra
improvável, paz impossível". Raymond Aron (Paris, 14 de março de 1905 -
Paris, 17 de outubro de 1983) foi um filósofo, sociólogo e comentarista
político francês.
. (Podemos dizer que uma das principais causas
da Segunda Grande Guerra foi o Tratado de Versalhes. Esse Tratado, assinado em
1919 e que encerrou oficialmente a Primeira Grande Guerra, determinava que a
Alemanha assumisse a responsabilidade por ter causado a Primeira Guerra e
obrigava o país a pagar uma dívida aos países prejudicados, além de outras
exigências como o impedimento de formar um exército reforçado e o
reconhecimento da independência da Áustria. Isso é claro, trouxe revolta aos
alemães, que consideraram estas obrigações uma verdadeira humilhação.
O INÍCIO DA GUERRA
Um conflito sangrento que deixou danos irreparáveis em toda a
humanidade. Uma guerra entre Aliados e as Potências do Eixo. China, França,
Grã-Bretanha, União Soviética e EUA formavam os Aliados, enquanto, que
Alemanha, Japão e Itália formavam as Potências do Eixo. Estes últimos tinham
governos fascistas e tinham por objetivo dominar os povos, que na opinião deles
eram inferiores, e construir grandes impérios.
NOTA
Na Europa surgiram partidos políticos que pregavam a instalação de um
regime autoritário. Esses partidos formavam um movimento denominado Fascismo.
Os fascistas acreditavam que a democracia era um regime fraco e incapaz de resolver
a crise econômica. O país precisava de um líder com autoridade suficiente para
acabar com a “bagunça” instalada, promovida por grevistas, criminosos e
desocupados.
PRINCIPAIS DITADORES FASCISTA
- Benito Mussolini: Itália.
Hitler: Alemanha (Os fascistas alemãs eram
chamados de nazistas).
- Franco: Espanha.
Com a derrota da
Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor
"herdou" um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um
setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros
uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista.
(“Vivemos em um mundo
capitalista!”. Certamente, esta frase foi dita ou ouvida pela maioria das
pessoas, porém muitos ainda não sabem o que significa viver em um mundo
capitalista. Capitalismo é o sistema socioeconómico em que os meios de produção
(terras, fábricas, máquinas, edifícios) e o capital (dinheiro) são propriedade
privada, ou seja, tem um dono. Antes do capitalismo, o sistema predominante era
o Feudalismo, cuja riqueza vinha da exploração de terras e também do trabalho
dos servos. O progresso e as importantes mudanças na sociedade (novas técnicas
agrícolas, urbanização, etc) fizeram com que este sistema se rompesse. Estas mesmas
mudanças que contribuíram para a decadência do Feudalismo, cooperaram para o
surgimento do capitalismo. Os proprietários dos meios de produção (burgueses ou
capitalistas) são a minoria da população e os não-proprietários (proletários ou
trabalhadores – maioria) vivem dos salários pagos em troca de sua força de
trabalho.)
, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente
República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado
soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha
Oriental.
Era
popularmente conhecida como Alemanha Oriental o antigo estado formado pela
parte mais a leste da atual Alemanha, chamado oficialmente de República
Democrática Alemã (RDA ou Deutsche Demokratische Republik - DDR, no original em
alemão), e que existiu de 1949 a 1990. O RDA era um estado socialista, fundado
nos mesmos moldes dos outros estados socialistas do leste europeu existente à
mesma época.
Cortina de
Ferro
(É uma expressão célebre utilizada
para designar o domínio da extinta União Soviética sobre os países do leste da
Europa. Tal nome surgiu de um discurso do primeiro-ministro britânico Winston
Churchill, proferido a 5 de março de 1946 no Westminster College, na cidade de
Fulton, Missouri, nos Estados Unidos.
Afirmava Churchill em seu famoso discurso
que "...uma cortina de ferro desceu sobre a Europa...", dando a
entender que havia sido estabelecida uma severa divisão político-ideológica
entre os regimes autoritários comunistas e os sistemas liberais capitalistas,
com a imagem do bloco socialista pintada como a vilã da contenda. A URSS,
vencida as potências do eixo, era agora a principal inimiga da coligação
anglo-saxâ, defensora dos valores da sociedade ocidental contemporânea.)
Tal situação (BERLIM
DIVIDIDA) gerou uma configuração inusitada dentro da Alemanha dividida, pois o
setor capitalista de Berlim estava mergulhado em território da Alemanha
Oriental, formando assim, um enclave capitalista dentro do país socialista,
complicando as comunicações de Berlim Ocidental com seu próprio país. Tal
dificuldade acentuou-se quando do lançamento do Plano Marshall, destinado a
ajudar economicamente todos os países europeus do bloco capitalista afetados
pela guerra, pois Stalin, contrariado pela negativa de cobertura do plano aos
países socialistas, resolve impor um bloqueio a Berlim Ocidental, fechando
todas as vias de comunicação. O objetivo dos russos era forçar os aliados a
abandonar o controlo de seu setor da cidade, porém tal manobra não deu os
resultados desejados, pois os americanos quebraram o bloqueio por meio de rotas
aéreas destinadas a abastecer e manter o status de Berlim Ocidental.
Após 1949, a situação parecia ter- se normalizado, e a
Berlim dividida mantinha suas duas fronteiras tão cercadas e vigiadas quanto
outros importantes pontos ao longo da Cortina de Ferro. A situação fica tensa
novamente no início da década de 1960, pois havia aumentado expressivamente o
número de cidadãos do lado oriental que "passavam" para o lado
ocidental, alarmando as autoridades da Alemanha Oriental. Na busca de evitar
qualquer possível contato com o mundo capitalista é então construído o muro que
iria manchar indelevelmente a imagem dos regimes da esquerda europeia. Por trás
da construção do muro estava Walter Ulbricht, secretário-geral do partido
comunista da Alemanha Oriental, o dirigente de facto do país e Nikita Kruschev,
dirigente soviético, que viram em sua construção um modo de desafiar os EUA.
Durante sua existência, a vigilância ferrenha promovida pelas tropas orientais
seria responsável pelas mortes de muitos que desafiaram o regime oriental e
decidiram ultrapassá-lo.
Com o colapso da União Soviética e seus satélites no
Leste Europeu, o muro começa a ser finalmente derrubado em 9 de novembro de
1989, acabando com um dos símbolos máximos da opressão dos regimes socialistas.
Seu desmanche é também símbolo do fim da Guerra Fria e o marco zero da
unificação da Alemanha em uma nação apenas.
O 25º
aniversário da queda do Muro de Berlim
Símbolo da Guerra Fria dividiu maior cidade alemã por
décadas.
Neste domingo (9-11-2014), derrubada completa 25 anos.
Foi em Leipzig que a manifestação de 70 mil pessoas no
dia 9 de Outubro de 1989 deixou o regime da RDA sem resposta. Ninguém imaginava
que um mês depois o muro caísse. Foi há 25 anos.
A polícia estava na rua, com escudos, bastões, e cães. O
jornal oficial do partido avisara que o exército estava de armas na mão, pronto
a esmagar qualquer ameaça à ordem socialista. Os hospitais de Leipzig tinham
recebido sangue extra. A imagem na cabeça das pessoas da cidade do Leste da
Alemanha era uma: Tiananmen.
O muro de Berlim foi o maior símbolo da divisão do mundo
entre bloco ocidental e oriental. O primeiro, liderado pelos Estados Unidos,
tinha o capitalismo como sistema econômico. Já o segundo, encabeçado pela
antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), era adepto do
socialismo.
O muro de Berlim tinha 156 km de extensão e cerca de
trezentas torres militares para observação do movimento nos arredores. Fora
isso, era protegido por cães policiais e cercas eletrificadas. De acordo com
alguns historiadores, o número estimado de pessoas que morreram tentando passar
de um lado para o outro é 80.
Da mesma forma
que foi o símbolo do começo da Guerra Fria, também foi ícone do seu fim. Nos
últimos anos da década de 80, a URSS entrou em colapso e diversas manifestações
começam a surgir nas duas partes da Alemanha, reivindicando a destruição do
muro de Berlim. Naquele mesmo ano, populares portando marretas e outras
ferramentas derrubaram o muro em um protesto televisionado para o mundo todo.
Com a queda da barreira geográfica, inicia-se um processo que termina na
reunificação da Alemanha no mês de outubro de 1990.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cristiana Gomes
Emerson Santiago
Filipe Araújo
Coimbra, Novembro de 2014
Carminda Neves