Os dois teclados não mostram as capacidades sonoras, nem os
desafios criados às leis da acústica. A capacidade está escondida num arco de
duas fachadas, que guarda 4 mil tubos. É ali que está o segredo da sonoridade de
orquestra, criada pelo desempenho de um único instrumento.
É apenas um órgão, mas vale por uma orquestra. As cordas são
a exceção. Todas as outras sonoridades que possam conhecer de um qualquer
instrumento de sopro estão lá. O som é produzido por 4 mil tubos e trabalhado
em dois teclados, caixas de eco, pisantes anuladores de cheios e palhetas,
acrescidos de uma palheta de registos, os ingredientes necessários e que
permitem que o órgão do Mosteiro do Lorvão (Penacova) tenha uma sonoridade
orquestral.
A peça foi pensada, planeada e construída no século XVIII por
um organeiro de Braga, Manuel Machado Miranda. O seu filho, o escultor Machado
de Castro, ainda haveria de desenhar e executar a caixa do órgão, de um e do
outro lado das duas fachadas do órgão e um segundo organeiro, António de
Cerveira, acrescentou e completou a obra iniciada no Mosteiro do Lorvão.
O SEU
RESTAURO DEMOROU 2 ANOS
Depois de um silêncio de maio século, o maior órgão
construído em Portugal no século XVIII, voltou a fazer-se ouvir. Dinarte Machado, foi o organeiro
que devolveu a vida e o som, ao velhíssimo órgão do Lorvão, à semelhança do que
tem feito com outros órgãos de tubos que ainda sobrevivem no nosso país. O do
Lorvão é especial. (é o maior órgão construído em Portugal no século XVIII e,
apesar da sua dimensão, não deixa de ser personalizado e selecionado em relação
em relação à sua planificação sonora, tornando-o um instrumento sensível e
deveras singular. Parecendo complexa a sua composição e manuseamento, depois de
nos integrarmos percebe-se
precisamente o contrário. Tudo parece ser feito de modo a facilitar a sua
utilização, por parte do organista)
Depois da sua restauração, a honra da estreia cube a João Vaz
e, se duvidas ainda existissem, (o órgão do Lorvão para alem de ser, um dos
maiores exemplares da organaria histórica portuguesa, é também um caso notável
daquela ligação entre instrumento e ideia musical.) O instrumento permite uma
variedade de sons quase orquestral
Este é o único órgão em Portugal “com das caras”. São estas
duas faces, uma para o lado da igreja, outra para o coro, que lhe permitem uma
dimensão sonora, que apesar de desafiar as leis da acústica, funciona na
perfeição, sem que se note a falta de refletor acústico.
Nesta área o nosso país teve uma identidade definida e única
no panorama nacional. A arte organeira mundial foi escrita e ecoada pelos
mestres portugueses, (fez-nos grandes perante o mundo. Ignorar este facto,
significa perdermos a nossa identidade cultural) isto dito por Dinarte Machado.
Vamos ouvir o maravilhoso som do órgão.
O MOSTEIRO
DO LORVÃO FOI UM DOS PRINCIPAIS CENTROS DE PRODUÇÃO DE MANUSCRITOS ILUMINISTAS,
AINDA HOJE A SUA BELEZA PODE SER ADMIRADA, NO PRÓPRIO MOSTEIRO
FONTE: História do Mosteiro do Lorvão
Revista
Olhares; Centro Cirúrgico Coimbra
Meus
Apontamentos de História
Coimbra, Setembro de 2014
Carminda Neves
ResponderEliminarMaravilhoso,desconhecia esta preciosidade ,temos tantas maravilhas e não são divulgadas.Amei demais ,irei concerteza visitar esteMosteiro e tudo o que ele encerra.Muito obrigada.