A tradição e a lenda conferem ao
mel qualidades únicas, desde afrodisíaco a elixir da juventude. De facto, o mel
fornece pouco mais do que energia, sob a forma de hidratos de carbono simples.
recolha do mel |
O mel é produzido pelas abelhas a
partir do néctar das flores ou de exsudações naturais doces colhidas nos caules
e folhas de certas árvores, e é principalmente constituído por uma mistura de
água e dois açúcares simples, a frutose e a glucose. Quanto mais límpido for o
mel, maior será a proporção de frutose. O mel acaba por endurecer se for
conservado durante muito tempo, bastando no entanto aquecê-lo para que fique
novamente mais líquido.
O mel fornece quantidades
insignificantes de nutrientes, mas mesmo esse teor mínimo faz dele uma opção
mais saudável que outro açúcar qualquer, refinado, que contém apenas calorias
«vazias» 288 cal. Por 394 cal. Por 100g.1/4 do seu volume é água. No entanto é mais denso, e
mais pesado que o açúcar, uma colher de sopa de mel pesa mais do que uma colher
de sopa de açúcar, a sua substituição deve ser feita por peso, e não por
volume, para que não forneça mais calorias. O seu sabor depende das regiões e
plantas de onde as abelhas recolhem o néctar.
O mel pode conter toxinas
naturalmente existentes nas plantas. Ex: rododendro pode provocar paralisia, o
mel produzido pelo néctar de plantas como a tasneirinha pode conter alcaloides.
PROPRIEDADES
“MEDICINAIS” DO MEL
O mel conserva a sua reputação, como remédio, para tratar problemas
respiratórios, Ex: constipações com a presença de expetoração, também, dizem
que é antissético_ Os Gregos e os romanos diziam-no capaz de curar feridas_
diz-se também que é descongestionante. Tal como o açúcar tem um efeito
ligeiramente sedativo, além disso, o líquido adoçado estimula a produção de
saliva, que acalma a secura e irritação da garganta.
O MEL
ATRAVÉS DOS TEMPOS
O mel, a que os Gregos e Romanos
chamavam «ambrósia» era considerado um alimento “digno dos deuses”. Na
mitologia grega, o jovem Zeus, foi, salvo de seu Pai, Cronos, criado em segredo
pelas ninfas Adrasteia, Amalteia e Melissa, estas alimentaram-no com mel e
leite.
Muito antes de ter sido
introduzida a apicultura, o homem da Idade da Pedra aprendera a apreciar o mel
das abelhas selvagens, e na antiguidade, os Egípcios, Persas e Chineses
conheciam-lhe o valor. Com mel fermentado e água, os Celtas e os Anglo-Saxões
preparavam o hidromel, a sua bebida revigorante. O rei Salomão recomendava-o, e
a Bíblia refere-se a terras onde corria o leite e o mel. Na Europa, até meados
do século XVII, o mel, era o adoçante do povo, estando o açúcar reservado à
nobreza e ao clero. De acordo com as despesas da ucharia (despensa) do rei D.
Dinis de Portugal, o preço do açúcar era cerca de 50 X superior ao do mel.
CULTURA
DE ABELHAS
colmeia de madeira |
A apicultura “arte de domesticação e criação de abelhas
para produção de mel, remonta a épocas longínquas e imprecisas da Antiguidade.
Sabe-se no entanto que na Grécia, em especial na Jónia e em Creta, e também em
Roma a cultura das abelhas era uma atividade a que eram dedicados os maiores
cuidados.
Conforme o
clima, variam os sistemas de cultura, que pode ser fixista, com colmeias de
palha, barro, ou troncos escavados de casca de sobreiro (cortiça), como em
Portugal, ou mobilista, sistema que já os Egípcios conheciam e utilizavam, no
qual se usa em regra a colmeia feita de madeira.
Fonte: ALIMENTOS BONS, ALIMENTOS PERIGOSOS; seleções do
Reader`s Digeste.
Coimbra, agosto de 2013
Carminda Neves
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