domingo, 4 de abril de 2010

É História, mas, parece Lenda



Era uma terra lá na serra, onde só havia Cabras, Xisto e Carqueja, também havia Montes e Vales, que eram os locais por onde se passeava um homem, feio bicho, de grande pança, cara de jerico sem cabresto. Tinha uma grande conversa da treta e usava muleta. Um dia lembrou-se de pedir emprego a um Homem bom, mas, ele queria mesmo emprego, não trabalho, um dia ao ver que uma barreira ia desmoronar colocou-se debaixo da mesma. Ficou ferido. Uma pequena fractura numa perna, algumas escoriações, coisa de pouca monta. Foi socorrido e enviado para o Hospital, pelo Homem bom, (a companhia de seguros recusou cumprir o seu dever) foi cuidado, tratado, teve alta, CURADO, como rezam os anais do seu processo clínico. Foi-lhe dada uma muleta para os primeiros tempos, que, o homem feio bicho, de grande pança, cara de jerico sem cabresto só utilizava quando se deslocava ao Tribunal de trabalho, pois tinha uma grande conversa da treta e enganava o Meritíssimo com a sua muleta
O Homem bom foi condenado a pagar-lhe uma pensão, mas, era pobre, tinha filhos, esposa, mãe e tio-padrinho deficiente para cuidar. Não podia pagar-lhe a pensão. Recorreu da sentença.
Passaram-se cerca de 15 ou16 anos até que o tribunal percebesse que o homem besta, de grande pança, cara de jerico sem cabresto, tinha uma grande treta e usava muleta só porque não queria trabalhar, mas sim, roubar o Homem bom, que conheci de olhos, sempre, rasos de água, mas, que no meio de tanta angustia e amargura tinha um sorriso que iluminava todo o seu rosto
Disse-me um dia que todos os dias quando saía para trabalhar e de um dos muitos altos de onde se avista a Igreja da sua terra rezava ao SANTÍSSIMO SACRAMENTO para que nunca houvesse fome nem frio ou falta de teto para a sua família.
Como o homem, feio bicho, de grande pança cara de jerico sem cabresto foi descoberto? Quando num dos muitos dias de julgamento se encontrava no corredor do tribunal(não havia sala de espera) foi chamado à pressa para depor, não é, que se esqueceu da muleta? Não houve mais conversa da treta que convencesse o Meritíssimo de que ele necessitava de muleta. Assim mandou para o inferno o tal da pança cara de jerico sem cabresto, só porque ele já não usava muleta, mas, continuava a ter e a ser uma grande treta ,uma grande merda e um grande ladrão

Esta História é verdadeira. É escrita em memória do Homem bom que mesmo na tristeza tinha um sorriso que iluminava todo o seu rosto

Carminda Neves

1 comentário:

  1. Gostei da história que parece lenda.
    Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.

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