1380/90-1460 |
Em 1422 ocupa a função de escrivão de puridade do Infante D.
Fernando.
A hipótese é de que o cronista-historiador terá nascido na
cidade de Lisboa entre os anos de 1380 e 1390, e frequentado o Estudo Geral,
apesar de uma provável origem familiar mesteiral.
O registro mais antigo sobre sua vida é um documento datado
de 1418 que informa ser Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo, cargo de
alta confiança em que era encarregado de guardar e conservar os arquivos do
Estado.
Regista-se também que ele ocupou a função de “escrivão dos
livros” de D. João passando, em 1419, a escrivão de D. João I. Neste momento
teria começado a escrever a Crónica dos Sete Primeiros Reis de Portugal.
Algum tempo depois, em 1434, sob o reinado (1433-1438) de D.
João inicia, “sob a incumbência oficial de colocar os feitos dos reis
portugueses na forma de crônica” , a escrita da Crônica de D. João I.
Seria substituído como cronista no ano de 1451, por Gomes Eanes de Zurara.
FERNÃO LOPES |
Deixa de ser, em
1454, guarda-mor da Torre do Tombo, em virtude da avançada idade. A última
informação dá conta de que Fernão Lopes ainda vivia em 1459, sendo incerta a
data de sua morte. Segundo informações no prefácio da Cronica de El-Rei D.
Pedro I, escrito por Luciano Cordeiro, após deixar a função de guarda-mor,
Fernão Lopes teriam ainda vivido por mais 5 anos, falecendo próximo aos 80 anos
de idade
Fernão Lopes é considerado o primeiro historiador português,
embora haja autores que digam que ele era apenas um cronista. Ele redimensiona
o gênero cronístico ao limitar as narrativas tradicionais panegíricas ,
abrindo espaço de autonomia da narrativa histórica através de uma metodologia
em que pudesse chegar a uma “verdade nua”. Nessa metodologia Fernão Lopes
ordena as “estórias” cronologicamente, buscando uma hierarquia explicativa para
os acontecimentos. Enquanto cronista assumia uma posição de autoridade, de
distanciamento e isenção, atributos capazes de detectar e controlar os
objectivismos dos discursos e, assim, chegar à “verdade nua”.
É indubitável que Fernão Lopes cria um dialogismo com o
leitor, parecendo, muitas das vezes, que entrava com ele uma sociabilidade
amiga, ela própria enformadora da sua heurística desveladora. E assim, em abundância,
o texto lopiano vai-nos deixando exclamações e apóstrofes e emoções, coroação
plena da alegria incontida pela "verdade" difícil.
As suas crónicas transbordam de visualidade, realismo
descritivo e dramatização que a par de uma simplicidade
linguística a todos atrai. Embora a sua obra não seja extensa a Crónica
de D. João I é considerada uma obra-prima.
Fernão Lopes será a personagem representada a cores |
Abolindo a barreira do tempo, faz ressurgir o passado,
permitindo aos leitores viver com ele acontecimentos que alteraram
profundamente a sociedade portuguesa. Um "homem de comunal ciência",
Fernão Lopes foi apelidado de "pai" da História Portuguesa. E, de
facto, este cronista/historiador teve uma importância fulcral para a História e
Cultura de Portugal.
Fernão Lopes estará representado, segundo a tese de José
Hermano Saraiva, no Políptico de S. Vicente de Fora, também denominado
como Painéis de Nuno Gonçalves, na figura do letrado.
Cronologia de Fernão Lopes
- 1418:
Foi nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, o que o tornou responsável pela
preservação do tombo (arquivo) real, como se fosse um cartório localizado
em uma das torres do castelo de Lisboa;
- 1419:
Ocupa a função de escrivão dos livros de D. Duarte e, logo após, de D.
João I. Foi, provavelmente, nesse momento que Fernão teria começado a
escrever a crônica dos sete primeiros reis de Portugal;
- 1422:
Começa a exercer a função de escrivão de puridade do infante D. Fernando;
- 1434:
Acabou sendo o cronista-mor do Reino. Tal cargo o tornou redator oficial
das narrativas históricas dos reis de Portugal;
- 1454:
Deixa de ser guarda-mor da Torre do Tombo, por causa de sua idade já
avançada;
- 1459: Última informação sobre a vida de Fernão Lopes nos registos da época.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dr. José Hermano Saraiva
Vanessa Pinto Pereira
Agosto de 2014
Carminda Neves