sábado, 17 de maio de 2014

O RIO MONDEGO

       

É o quinto maior rio português e o primeiro de todos os que têm o seu curso inteiramente em Portugal. Nasce na Serra da Estrela e tem a sua foz no Oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz. É o rio que banha a cidade de Coimbra.
                                Aspetos físicos e naturais
Tem um comprimento total de 258 quilómetros. A sua nascente situa-se na Serra da Estrela, no sítio de Corgo das Mós (ou Mondeguinho), freguesia de Mangualde da Serra, concelho de Gouveia, a uma altitude de cerca de 1525 metros. No seu percurso inicial, atravessa a Serra da Estrela, de sudoeste para nordeste, nos concelhos de Gouveia e Guarda. A poucos quilómetros desta cidade, junto à povoação de Vila Cortês do Mondego, atinge uma altitude inferior a 450 metros. Nesse ponto, inflete o seu curso, primeiro para noroeste e depois, já no concelho de Celorico da Beira, para sudoeste.
Aqui se inicia o seu curso médio, ao longo do planalto beirão, cortando rochas graníticas e formações metamórficas. Depois de atravessar o concelho de Fornos de Algodres, o rio Mondego serve de fronteira entre os distritos de Viseu, a norte, e da Guarda e de Coimbra, a sul. Assim, delimita, na margem norte, os concelhos de Mangualde, Seia, Nelas, Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Mortágua, enquanto que na margem sul serve de limite aos concelhos de Gouveia, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova e Vila Nova de Poiares.
Entre Penacova e Coimbra, o rio percorre um apertado vale, num trajeto caracterizado por numerosos meandros encaixados. Depois de se libertar das formações xistosas e quartzíticas, e já nas imediações da cidade Coimbra, o rio inaugura o seu curso inferior, constituído pelos últimos quarenta quilómetros do seu trajeto e cumprindo um desnível de apenas 40 metros de altitude. Nesta última etapa, percorre uma vasta planície aluvial, cortando os concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, onde desagua, no Oceano Atlântico. Junto à sua foz forma-se um estuário com cerca de 25 km de comprimento e 3,5 km² de área2 . Nos últimos 7,5 km do seu troço desdobra-se em dois braços (norte e sul), que voltam a unir-se junto à foz, formando entre si a pequena ilha da Murraceira
                                        Origem do nome
Os romanos chamavam Munda ao rio Mondego. Munda significa transparência, claridade e pureza. Nesses tempos as suas águas eram assim. Ao longo da Idade Média o rio continuou a chamar-se Munda.
                     Aproveitamento hidroeléctrico e hidroagrícola
A bacia hidrográfica do Mondego apresenta uma enorme diversificação de utilizações da água, muito importantes para o desenvolvimento económico da região, nomeadamente a agricultura, a indústria e fábricas de polpa de celulose, a produção de energia elétrica e o abastecimento público de água em toda a região hidrográfica. Desta multiplicidade de utilizadores, a necessidade de implementação de um modelo de gestão integrada dos recursos hídricos da bacia, ao qual foi definido de um quadro jurídico e institucional para a criação de uma entidade gestora do aproveitamento hidráulico do Mondego (AHM). Por tudo isto, a bacia hidrográfica do rio Mondego é uma das bacias portuguesas com maior utilização dos recursos hídricos, sobretudo nas componentes hidroeléctrico e agrícola, onde se destaca a barragem da Aguieira, barragem da Raiva e barragem de Fronhas com uma potência instalada de 110 MW e uma produtibilidade média anual de 360 GWh, que regulariza volumes de água para abastecimento público de alguns concelhos do Baixo Mondego e para a rega do Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego. As outras importantes são a barragem do Caldeirão e o Açude de Coimbra.
                                        Atravessamento
O rio Mondego é atravessado por numerosas pontes rodoviárias e ferroviárias. Pela sua dimensão e importância, destacam-se a ponte de Caldas de Felgueira (entre os concelhos de Nelas e de Oliveira do Hospital), a ponte de Penacova, as pontes da Portela, a Ponte Rainha Santa Isabel, a Ponte Pedro e Inês, a Ponte de Santa Clara e a Ponte do Açude (todas em Coimbra), a ponte de Montemor-o-Velho, pela A17 e a ponte Edgar Cardoso na Figueira da Foz.
                                                      Desporto
Nas águas do rio é comum organizar-se provas de várias modalidades desportivas aquáticas, tais como vela e motonáutica (no estuário, junto à Figueira da Foz) e ainda de remo e de canoagem. Existe o centro desportivo de alto rendimento em Montemor-o-Velho com centro náutico, pistas de atletismo, e Pousada da Juventude. A sua utilização tem- se revelado útil para várias modalidades olímpicas como: remo, canoagem, natação de águas abertas e o triatlo, e onde já decorreram várias provas internacionais. A organização espacial do plano de água previu uma ilha com uma barreira vegetal para proteger dos ventos predominantes de nordeste, canais de acesso para facilitar as provas de 500, 1000 e 2000 metros. Outro melhoramento para a qualidade da água do local é a adução a montante com entrada direta a partir do leito central do Mondego ou a partir da vala do regadio na bombagem de Formoselha
                                                       Literatura
O Mondego é certamente o rio português mais cantado por poetas desde tempos imemoriais.
As primeiras referências chegadas até à atualidade, remontam ao início do século XVI com os poetas do Cancioneiro Geral. Com efeito, é com Bernardim Ribeiro que é possível identificar, em primeiro lugar, alusões implícitas ao Mondego, na sua obra Menina e Moça
Não é certo que Luís de Camões tenha estudado em Coimbra, mas parece irrefutável que terá vivido na cidade nos tempos da sua juventude. Essa passagem ficou gravada na sua obra, tal como o atesta o soneto:
“Doces e claras águas do Mondego,
Doce repouso de minha lembrança
Onde a comprida e pérfida esperança
Longo tempo após si me trouxe cego.
(…)
Mas a alma, que de cá vos acompanha,
Nas asas do ligeiro pensamento
Pera vós, águas, voa, e em vós se banha.”
                  Luís de Camões
Século XX, Miguel Torga descrevia o calmo deslizar do rio na planície:
“Surdo murmúrio do rio
A deslizar, pausado, na planura.
Mensageiro moroso
De um recado cumprido,
Di-lo sem pressa ao alarmado ouvido”
                                                 
                                                            Miguel Torga
                                                 
                                                             Música

A canção tradicional de Coimbra – o fado de Coimbra – encontrou sempre nos versos dos grandes poetas que viveram ou que passaram por esta cidade, inspiração para os musicar e interpretar. Assim, não admira que muitos dos mais conhecidos fados de Coimbra aludam ao Mondego, às suas paisagens e às suas musas inspiradoras. A referência ao nome do rio está presente na mais conhecida balada coimbrã, escrita por António de Sousa (1898-1981) e gravada em 1929, por Edmundo Bettencourt17 e recriada, anos mais tarde, por José Afonso:

Oh Coimbra do Mondego
E dos amores que eu lá tive
Quem te não viu anda cego
Quem te não ama não vive

                       José Afonso

Também o Vira de Coimbra inclui uma quadra de António Nobre que faz uma referência implícita ao carácter estival que o rio apresentava no século XIX:
“Fui encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei
Mondego qu’é da tua água
Qu’é dos prantos que chorei?”
 António Nobre

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maio de 2014

Carminda Neves



        Documentário "Mondego"

Este filme é o seu projecto final do mestrado em Wildlife Documentary Production da Universidade de Salford, onde teve aulas com Sir David Attenborough, Paul Reddish, Niel Lucas e outros nomes da BBC Natural History Unit, Bristol.
O filme foi classificado com uma distinção e o próximo passo é concorrer a festivais desta especialidade na Europa.
Agradecemos que vejam e partilhem o link do filme pois ele precisa de divulgação.


http://vimeo.com/danielpinheiro/mondego                                        



sexta-feira, 16 de maio de 2014

sexta-feira, 2 de maio de 2014

VIA FÉRREA DA LOUSÃ. EXEMPLO DA MISÉRIA EM QUE SE ENCONTRA PORTUGAL

via férrea em Coimbra
  

Aquilo que já foi uma via férrea com muito movimento. Hoje votada ao abandono, atirada aos corvos. Algumas partes com carris, outras sem eles.Rico legado para  alguém que quer ser rico à força, e, os vende por aí no ferro velho,sem que haja uma autoridade vigilante que o impeça.   A desgraça de populações que ficaram isoladas, muito mais do que já se encontravam. Sem transportes para os seus locais de trabalho, consultas médicas, mercado dos seus produtos agrícolas etc: Tudo  provocado por incompetências indescritíveis. Um governo a dar luz branca a tudo isto. Será que a LOUSÃ que tinha comboio desde 1910, vai retroceder 100  anos na História? Somos de facto um povo de brandos costumes.

Maio de 2014
Carminda Neves
via férrea Lousã