convento de santa clara a velha |
Foi povoado por clarissas, nobreza e alta burguesia até o rio Mondego deixar. Durante quatro séculos, aquela vivência permaneceu congelada no tempo. A água do Mondego foi morte e vida. Fatal para a vivencia no e do Mosteiro do século XVII. Obrigou as clarissas a transferirem-se para o Monte da Esperança (hoje Santa Clara a Nova), onde repousam os restos mortais da nossa Rainha Santa. D. Isabel de Aragão, (ou, usando a grafia medieval portuguesa, Yzabel, Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de Julho de 1336, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara a Velha). Casada com o nosso rei D. Dinis. Foi o sexto rei de Portugal, cognominado o Lavrador pela imputação da plantação do pinhal de Leiria ou o Rei Poeta devido à sua obra literária.
Foi essa mesma água, que conservou as vivencias de um local que se revelou como o maior estaleiro de arqueologia medieval da Europa.
Em 1995 foi iniciada uma, operação de resgate da vivencia do Convento de Santa Clara a velha, terminou com a recuperação de uma história que continua a querer encantar. A comunidade que ali viveu tinha ligações a D. Isabel de Aragão (Rainha Santa Isabel), mas também a D. Inês de Castro. (O romance de Pedro, futuro rei de Portugal, com a dama de companhia Inês de Castro marcou a história e a cultura portuguesas. Foi um amor proibido, vivido em atmosfera carregada de disputas de poder).
As centenas de clarissas que ingressaram no Convento, muitas delas oriundas da alta nobreza e burguesia e o contributo das duas Rainhas atrás referidas(D. Inês ainda hoje não é considerada rainha por muitos historiadores). Os seus dotes e contributos luxuriantes, os vidros, as jóias, as cerâmicas foram recuperados e hoje ajudam a contar novas histórias de uma vivência passada.
Intactas e congeladas pelo tempo e pela água ficaram também as lixeiras do Convento, o que permitiu o estudo dos despejos, dando a conhecer o que se comia naquela época. Depois reinventou-se. Criaram-se as “clarissinhas”, com base nos ingredientes encontrados nas lixeiras, mas também o “vinho santo”, usado pelos fiéis da época quando queriam potenciar o pedido de um milagre à Rainha Santa Isabel. Hoje, contam-se novas histórias e vivências que o rio Mondego congelou e escondeu durante séculos
interior do convento |
Foi a refundadora do mosteiro e às suas ordens foram ainda construídos dentro do perímetro do mosteiro um hospital para pobres com cemitério (adro) e o paço, onde a rainha viveu grande parte da sua vida e onde mais tarde chegaram a viver Pedro (seu neto) e D. Inês de Castro. A rainha que ficou associada ao milagre das rosas foi beatificada pelo papa Leão X em 1516. A sua última morada é o Convento de Santa Clara a Nova.
NOTA
O Convento de Santa clara a velha encerra á segunda-feira e pode ser visitado das 10h00 ás 19h00 nos meses de Maio a Setembro, e das 10h00 ás17h00, no período entre Outubro e Abril
igreja do convento de santa clara a velha |
Revista: olhares; centro cirúrgico Coimbra
Julho de 2012
Carminda neves