quarta-feira, 30 de julho de 2014

Jardim de yves saint laurent

Se existe algum nome da moda mundial intimamente ligado a Marrocos é o de Yves Saint Laurent. O estilista,  era co-proprietário com o seu companheiro Pierre Bergé de um dos locais mais visitados de Marraquexe.
da Colecção de cactos do belo jardim 

Os jardins Majorelle foram criados pelo pintor francês Jacques Majorelle e são, actualmente, um local com uma grande diversidade botânica. Abriram ao público em 1947, mas após a morte de Jacques Majorelle a propriedade ficou abandonada e em mau estado até 1980.  Foi aí que Yves Saint Laurent decidiu ficar com a propriedade e recuperá-la com o seu companheiro Pierre Bergé.
Palmeira do jardim de Yves Saint Laurent

No exterior, nos jardins, pode ver a colecção de cactos variados, palmeiras e de uma espécie de floresta de bambus. Também tem buganvílias muito floridas que rodeiam a casa de estilo Art Déco (onde está o Museu de Arte Islâmica).
Era aqui que Yves Saint Laurent descansava, longe dos paparazzi e também encontrava, muitas vezes, inspiração para as suas colecções de moda. Dois anos após a sua morte, Bergé promoveu uma exposição, em Marraquexe, com criações do estilista, inspiradas pelas cores e tecidos marroquinos.
Pela sua profunda ligação à cidade e ao espaço Majorelle, após a morte de Yves Saint Laurent, o corpo foi cremado e as cinzas espalhadas nos jardins.
Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent (Oran, 1 de Agosto de 1936 — Paris, 1 de Junho de 2008) foi um estilista francês e um dos nomes mais importantes da alta-costura do século XX.
Nascido na Argélia, então possessão francesa, St. Laurent era filho do presidente de uma companhia de seguros e seu gosto pela moda lhe foi despertado pela mãe. Aos 17 anos, deixou a casa dos pais para trabalhar com o estilista Christian Dior, de quem herdou o controle criativo da casa Dior após a morte de seu mentor em 1957, com apenas 21 anos de idade, e assumiu o desafio de salvar o negócio da ruína financeira.
Pouco depois de conseguir sucesso no objetivo, St. Laurent foi convocado para o exército francês, durante a Guerra de Independência da Argélia. Após 20 dias, o estresse de ser maltratado e ridicularizado pelos colegas soldados levaram-no a ser internado num hospital mental francês,onde ele foi submetido a tratamento psiquiátrico, incluindo terapia por eletrochoques, devido a um esgotamento nervoso.1

Ainda os cactos
A GÊNESE DE UMA IDEIA

Quando criança, Yves Saint Laurent tinha uma característica que saltava aos olhos: a imaginação. Era muito inteligente e usava a timidez como um recurso a ser aproveitado, e não um problema a ser resolvido. Costumava vestir a mãe com véus e a descrevia como deslumbrante. Teve a imaginação como um alicerce de sua infância, guiando-a conforme suas aspirações e gostos. O passar do tempo não acinzentou tal traço. As coleções de Saint Laurent são lembradas por inspirações diversas e de diferentes continentes, da Rússia à África. O editor de moda Eduardo Viveiros explica que as viagens intelectuais feitas pelo estilista não refletiam, necessariamente, uma urgência de estar lá, mas uma interpretação ao seu modo da estética folclórica desses lugares. “Quando se fala de um criador desse nível, é até uma alternativa mais interessante deixar a imaginação fluir a partir de referências, fotos, escritos em vez de recorrer à pesquisa in loco”, justifica.
Bougainvilleas

Julho de 2014
Carminda Neves




Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- Marcia Scapaticio 
-Yves Saint Laurent em Marrocos

 -Fotografias Carminda neves

terça-feira, 15 de julho de 2014

ALBERT EINSTEIN

 Não admiro Einstein, embora acredite, nas grandes inteligências, que dizem que era um espírito inventivo. Não admiro, não por aquilo que ele inventou, mas pelo que levou o homem, a fazer com esses inventos, embora, aparentemente, ele não tenha culpa. Mas há uma frase dele que me parece verdadeira por isso a respeito e transcrevo:

Tudo quanto o espírito inventivo do homem criou nos últimos cem anos, poderia assegura-nos uma vida despreocupada e feliz, se o progresso em matéria de organização tivesse caminhado a par do progresso técnico. Mas, assim, tudo quanto se conseguiu à custa de muito esforço, lembra, nas mãos da nossa geração, uma lamina de barbear nas mãos de uma criança de três anos. A aquisição de maravilhosos meios de produção não nos trouxe a liberdade, mas sim a preocupação e a fome”
                                                                Albert Einstein  
     
  Por esta frase, transcrevo palavras soltas da sua vida que retirei da:  Wikipédia                                                         
Albert Einstein nasceu em Ulm, Reino de Württemberg, Império Alemão, atual Baden-Württemberg, Alemanha, em 14 de março de 1879,  filho de Hermann Einstein, vendedor e engenheiro, e de Pauline Einstein (nascida Koch). Em 1880 a família mudou-se para Munique, onde seu pai e seu tio fundaram a Elektrotechnische Fabrik J. Einstein & Cie, empresa que fabricava equipamentos elétricos acionados por corrente contínua.
BOMBA ATÓMICA

Os Einstein eram judeus não praticantes. Albert estudou em uma escola elementar católica, a partir dos cinco anos de idade, durante três anos. Com oito anos de idade foi transferido para o Ginásio Luitpold (atualmente conhecido como o Ginásio Albert Einstein), onde teve educação escolar primária avançada e secundária, até que ele deixou a Alemanha sete anos depois. Embora se acreditasse que Einstein tinha dificuldades iniciais de fala, isto é contestado pelo Albert Einstein Archives, e se destacou na primeira escola que frequentou. Ele foi bem entregue; não há evidências para a crença popular generalizada de que ele era canhoto.

EXPLOSÃO DA BOMBA ATÓMICA
Em fevereiro de 1933, durante uma visita aos Estados Unidos, Einstein decidiu não voltar para a Alemanha devido à ascensão dos nazistas ao poder com seu novo chanceler Adolf Hitler. Ele visitou universidades norte-americanas no início de 1933, onde assumiu a sua terceira temporada de dois meses como professor convidado para o Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena. Ele e sua esposa Elsa voltaram de navio para a Bélgica no final de março. Durante a viagem, eles foram informados de que sua casa havia sido invadida pelos nazistas e seu veleiro pessoal confiscado. Após o desembarque em Antuérpia em 28 de março, ele foi imediatamente ao consulado alemão onde apresentou seu passaporte e formalmente renunciou à cidadania alemã.

Depois da morte do primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, em novembro de 1952, o primeiro-ministro David Ben-Gurion ofereceu a Einstein a posição de presidente de Israel, um cargo principalmente cerimonial. A oferta foi apresentada pelo embaixador de Israel em Washington, Abba Eban, que explicou que ela "encarna o mais profundo respeito que o povo judeu pode repousar em qualquer um de seus filhos". No entanto, Einstein recusou e escreveu em sua resposta que estava "profundamente comovido" e "a uma vez triste e envergonhado", pois não poderia aceitá-la:
Toda a minha vida eu tenho lidado com questões objetivas, daí me falta tanto a aptidão natural e a experiência para lidar corretamente com as pessoas e para o exercício da função oficial. Eu estou muto triste com estas circunstâncias, porque a minha relação com o povo judeu se tornou o meu laço humano mais forte, uma vez que eu consegui completa clareza sobre a nossa posição precária entre as nações do mundo.
EFEITO DA BOMBA ATÓMICA  QUE O MUNDO NUNCA ESQUEÇA
Em 17 de abril de 1955, Albert Einstein sofreu uma hemorragia interna causada pela ruptura de um aneurisma da aorta abdominal, que já havia sido reforçado cirurgicamente pelo Dr. Rudolph Nissen, em 1948.

Durante a autópsia, o patologista do Hospital de Princeton, Thomas Stoltz Harvey, removeu o cérebro de Einstein para preservação, sem permissão, na esperança de que a neurociência do futuro seria capaz de descobrir o que fez Einstein tão inteligente. Os restos de Einstein foram cremados e suas cinzas espalhadas em um local não revelado.

Em sua palestra no velório de Einstein, o físico nuclear Robert Oppenheimer resumiu sua impressão sobre ele como pessoa: "Ele foi quase totalmente sem sofisticação e totalmente sem mundanismo... Havia sempre com ele uma pureza maravilhosa ao mesmo tempo infantil e profundamente teimosa"

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Julho de 2014
Carminda Neves

sábado, 12 de julho de 2014

LENDA DA GRUTA DE CAMÕES

Nos fins de 1557, segundo afirmam alguns historiadores, encontrava-se LUÍS de CAMÕES desempenhando em Macau o cargo de Provedor de Defuntos e Ausentes. Para ali fora o poeta enviado, numa espécie de desterro, pelo então governador da Índia, Francisco Barreto. Mas nem em Macau ele conseguiu ser feliz. Uma devassa movida, por interesses mesquinhos, condenou-o a deixar a terra que ele já amava PATANE (ali existe uma gruta onde se diz que Luís de Camões escreveu os LUSÍADAS) e a embarcar como prisioneiro na famosa Nau da Prata (fazia uma vez por ano a carreira entre Japão e China, levando prata e o que de melhor tinham  os mercadores .Por isso lhe chamavam a Nau da Prata). A História nada conta de positivo sobre essa aventura de Luís de Camões. Mas essa aventura entrou na tradição popular. E porque já faz parte dela, vamos evoca-la como uma das histórias lendárias mais belas de todos os tempos.

   A manhã estava triste, e sombria. Cheirava a lágrimas.
   Luís de Camões olhou uma vez mais a sua gruta. Estava tão triste como a manhã que o envolvia. Nesse olhar demorado ia toda a saudade de uma despedida. Ali havia sido o seu ninho. Ali havia conhecido sonhos e desesperos. Ali gritara aos quatro ventos toda a sua revolta e angústia pela incompreensão dos homens. Ali recebera, o eco dos seus próprios lamentos, o conforto para a sua luta interior. E chegara a ter paz! Paz de espírito e de corpo! Chegara a ser feliz! Nesse momento, porém, ele teria de abandonar a gruta e apresentar-se ao capitão da Nau da Prata.
    Respirou fundo, dentes serrados, lábios contraídos, garganta apertada por um nó doloroso. Depois, bruscamente, voltou as costas e dirigiu-se para o cais. No seu ar decidido disse ao capitão:
  Aqui me tendes, senhor! Como vedes, não faltei às vossas ordens… nem fugi!
  O homem sorriu:
   Eu sabia que podia confiar na palavra de um fidalgo.
    Que quereis então que eu faça?
   Entrai. As ordens que recebi foram para levar-vos preso, a ferros!
   A ferros? Porque me impõem tal castigo?
   Não sei, senhor. Foram ordens! No entanto … até chegarmos a terra ireis sem ferros. Sereis um prisioneiro em liberdade, a bordo do meu barco.
    Obrigado, senhor capitão!
  Levai a vossa bagagem e instalai-vos.
Luís de Camões curvou-se lentamente. Mas já o capitão indagava, curioso:
   Dizei-me: que rolo de papel é esse que segurais com tanto interesse?
   Com simplicidade, o poeta exclamou:
  É toda a minha fortuna!
  Uma herança?
  Quem sabe? Talvez seja a herança que deixarei a todos os portugueses!
  Não compreendo o que dizeis…
  Camões sorriu de modo enigmático. A sua expressão estranha não condizia com a sua voz clara e firme.
   Às vezes… nem eu me compreendo, mas, este rolo de papel conte versos.
   Versos?
   Sim, senhor capitão. Versos que tenho escrito com sangue e com febre. Versos nos quais pus toda a minha alma, toda a minha saudade de português injustamente ausente da sua terra! Versos que são os meus melhores companheiros de cativeiro. Versos que escrevi na minha gruta muito amada, durante as horas em que era perseguido, amaldiçoado, amesquinhado. Versos que hão de constituir um livro. E esse livro será o maior de todos os meus tesouros!
Tendes paciência para escrever um livro em verso?
  Acabei-o aqui, em Macau, enquanto esperava que a Nau da Prata me viesse buscar.
 O capitão meneou a cabeça, comentando:
   Que coisa bizarra!
  Depois debruçou-se sobre o manuscrito.
 E o que é isto? É o título?
 Sim: «OS LUSÍADAS» é o título do meu livro. Conta a história do nosso povo.
   Pois guardai-o com cautela, não vá o vosso tesouro perder-se! E a Nau pouco tardou em fazer-se ao largo.

  A viagem era longa.
  Vamos rapazes! Nada de demoras! Soltem todo o velame! Temos de ir a toda a força!
  Luís de Camões perguntou ao capitão:
  Posso ajudar nalguma coisa?
  Não: nós bastamo-nos. Ficai com os vossos versos!
 O mar batia na Nau da Prata desfazia-se em espuma. Camões foi até a amurada. A terra começou a ficar mais longe… cada vez mais longe! Distinguia-se ainda o recorte da gruta bizarra onde ele escrevera, realmente, a maior parte dos «LUSÍADAS». Mas em breve esse recorte não seria mais que fumo no horizonte. Camões falou para si próprio, como tantas vezes fazia:
    Gruta de Patane, minha bem-amada, nunca mais te verei! Mas também nunca mais te esquecerei! Gruta onde ficam as minhas lágrimas, onde escrevi os meus versos! Adeus terra de Macau! Adeus para sempre! E ficou de olhar perdido no horizonte. De súbito, uma voz suave, delicada, murmurou a seu lado:
   Senhor, estais assim tão triste por abalar?
  Camões voltou-se. Perto, uma figurinha débil de mulher olhava-o com ternura. Perguntou:
  Quem sois vós?
   Senhor, de que adianta o meu nome se nunca reparastes em mim quando habitáveis a gruta de Patane?
  Nunca reparei em vós? Mas é possível? Sois jovem e tão bela!
  Mas eu sou uma pobre nativa e vós um fidalgo português!
   Luís de Camões sorriu.
   Ouvi o que vos digo: decerto nunca vos dirigistes a mim como agora. Se o fizésseis, decerto teria reparado em vós.
  Não, nunca vos falei. Embora o desejasse, andáveis sempre bem acompanhado. Agora, porém, estais só e tristes.
  Como sabeis?
   Sei tudo quanto vos diz respeito!
   Não posso dizer mal do mundo quando criaturas como vós… me dão tanto animo para encarar a má sorte! Mas como voos chamais?
   Tin-Nam. Men. (a Dinamene) que deu origem a estes belos versos de Luís de Camões em os LUSÍADAS:

“Alma minha gentil, que te partiste
 Tão cedo desta vida descontente,
 Repousa lá no Céu eternamente,
 E viva eu cá na terra sempre triste

 Se lá no assento Etéreo, onde subiste,              .
 Memória desta vida se consente,
 Não te esqueças daquele amor ardente,
 Que já nos olhos meus tão puro viste.

 E se vires que pode merecer-te
 Algũa cousa a dor que me ficou
 Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

 Roga a Deus, que teus anos encurtou,
 Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
 Quão cedo de meus olhos te levou.”

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" Canto X . 128
 
 Tin – Nam- Men? Mas é um nome que soa a poesia. Na língua da minha pátria esse nome significa: Porta da Terra do Sul – Porta do Paraíso!
  Senhor, como sabe dizer as coisas!
  O que eu digo depende de quem me inspira. Ides seguir viagem?
  Para vos servir…. Se assim o permitirdes.
  Mas… viestes por mim?
  Sim.

E conta a lenda que durante a viagem da Nau da Prata nasceu um romance de amor entre os dois. Dizia Luís de Camões:
  Tin-Nam-Men, minha suave inspiração! Vou chamar-te Dinamene e hei de consagrar-te os meus versos!
   Senhor, tive um sonho estranho! Via-vos lutando com as ondas do mar segurando esse rolo de papéis que dizeis ser o vosso tesouro…
  São os meus versos… Mas que sonhastes mais?
  Que vos salváveis… e salváveis os vossos versos. Eu, porem…
Tin- Nam- Men calou-se.um trovão forte fez-se ouvir. O vento soprou fortemente. Uma vaga subiu. Nuvens densas pareciam descer sobre a embarcação. E a tempestade surgiu.
A água começou a entrar! O barco está perdido! Temos terra à vista e perto! Quem souber nadar que se lance às ondas! Embarquem as mulheres num batel!
 A jovem beijou as mãos do poeta.
   Meu senhor… adeus
   Não, não digas adeus! Vais no batel e havemos de chegar a terra!
E olhando a jovem disse:
  Encontrar-nos-emos ali, na margem!
   Ou em espírito… na gruta de Patane!
   Não! Fales assim… não me tires a coragem!
  Adeus, meu senhor!
   Adeus!
Luís de Camões deitou-se ao mar. as ondas alterosas subiam a disputar-lhe o manuscrito. De braço no ar, segurando os «LUSÍADAS», Luís de Camões chegou a terra, cansado, abatido, atormentado. Mas o barco onde vinha Tin-Nam-Men não chegou a terra. As ondas tragaram-na para não mais restituírem o seu lindo corpo.
     
FONTE: LENDAS DE PORTUGAL; Gentil Marques: volume V Círculo de leitores

Coimbra, Julho de 2014
Carminda Neves

Para melhor recordar ouçamos alma minha gentil cantada por: de Amália Rodrigues

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