quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
castelo da vila da Lousã
O castelo da Lousã pretence a uma das primeiras linhas defensivas criadas para controlar os acessos meridionais a Coimbra, em época do Conde D. Sesnando Davidis na segunda metade do século XI. O reduzido perímetro da estrutura militar parece corresponder a essa primitiva época de definição, embora as suas partes constituintes tenham sido objecto de alterações ao longo da Baixa Idade Média.Nos primeiros tempos da monarquia, a localidade desempenhou um papel importante, a que não foi alheia a sua condição de vila de fronteira. Em 1124, uma incursão islâmica tomou o castelo e, de novo na posse do Condado Portucalense, foi agraciada com foral em 1151, por D. Afonso Henriques. Por essa altura, já a Lousã não era uma zona fronteiriça, graças às conquistas de Santarém, Sintra, Lisboa e Palmela, em 1147, mas era necessário reforçar o seu povoamento.É possível que a configuração geral do castelo date de uma época posterior, a rondar os finais do século XIII e os inícios da centúria seguinte. Vários vestígios apontam para essa eventualidade, ainda que o castelo não tenha sido objecto de um estudo monográfico rigoroso. Em primeiro lugar, a relevância da sua quadrangular torre de menagem, adossada à cerca e não incrita no interior do pátio, com acesso por portal apontado ao nível do adarve. Em segundo lugar, o facto de a entrada ser em cotovelo e protegida por dois torreões circulares que, embora parecendo adaptar-se a uma planimetria prévia, terão sido certamente reforçados e complementados por esta altura.Esvaziada de sentido a função militar, e secundarizada a própria vila numa Idade Moderna voltada para o Atlântico, o castelo passou incólume pelos séculos até à actualidade. Entre as décadas de 40 e 60 do século XX, a DGEMN promoveu substanciais obras de reforço e consolidação, responsáveis pela fisionomia actual do conjunto.PAF
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